Treze russos foram acusados na Justiça estadunidense por interferência nas eleições presidenciais de 2016, que alçaram o republicano Donald Trump ao posto mais alto da Casa Branca. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (16) por Robert Mueller, o procurador especial designado para a investigação.
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Além dos treze cidadãos russos, três entidades foram indiciadas. Entre elas, uma agência apelidada de “ fazenda troll ”, que supostamente atuava disseminando notícias falsas na internet sobre a candidata democrata Hillary Clinton – o termo “troll” é usado por jovens para designar comportamentos que visam gerar discórdia nas redes sociais. As informações são do jornal britânico The Guardian .
Eles são acusados de conspiração contra o sistema eleitoral norte-americano e por fraude bancária. A atuação teria sido em favor da candidatura de Trump, em quem, inclusive, as investigações podem respingar. O filho do presidente dos Estados Unidos , Trump Jr., já é investigado por encontros com advogados russos em um dos muitos edifícios de seu pai.
A suspeita é de que, aliados à campanha de Trump, os indiciados teriam criado milhares de perfis falsos nas redes sociais (chamados de “fakes”), e, por meio deles, insuflado discussões políticas e disseminado notícias falsas.
Em 2016, Trump venceu por diferença mínima de votos – com efeito, no número total de eleitores, Hillary venceu, mas como o sistema eleitoral norte-americano é distrital, vence quem conquistar o maior número de estados da União.
Interferência “clara”
Autoridades estadunidenses têm se pronunciado sobre o caso. Para o ex-presidente George W. Bush , por exemplo, que esteve à frente da Casa Branca entre 2001 e 2009, há “claras evidências de que os russos interferiram” nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016.
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Bush, assim, contradiz o presidente Donald Trump , seu colega republicano, que reiteradas vezes negou que autoridades russas tenham de alguma forma tentado influir no pleito.
Famoso por dirigir a nação norte-americana em um de seus períodos mais tensos da história – os atentados de 11 de setembro -, o republicano acrescentou que “é problemático que um país estrangeiro esteja envolvido em nosso processo eleitoral. Nossa democracia só é boa quando as pessoas podem confiar em seus resultados”.
Sem citar Donald Trump, o ex-presidente pondera, contudo, que não é possível afirmar se os russos influenciaram no resultado final das eleições.
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