Em um momento no qual o Afeganistão, imerso desde 2001 em conflitos com os Estados Unidos, vive uma escalada da violência, o Taleban , principal célula terrorista que atua no país, publicou uma carta aberta chamando o “povo americano” e “congressistas pacifistas” a pressionar a administração do presidente Donald Trump a negociar a paz. A informação é do jornal britânico The Guardian .
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A carta veio a público pelo porta-voz do Taleban, Zabiullah Mujahid. Tanto as forças terroristas quanto o exército norte-americano tem visto deteriorar a possibilidade de se estabelecer uma hegemonia política no país – há um mês, dois ataques do grupo deixaram 150 civis mortos em Kabul , a capital do país.
O governo dos EUA se nega desde os atentados de 11 de setembro a negociar diretamente com os rebeldes islâmicos, que por sua vez se recusa a dialogar com o governo afegão enquanto as tropas estrangeiras não deixarem o país.
A carta diz que, se os EUA insistirem no uso da força e da violência, “o resultado será sempre o mesmo... como se observou nos últimos seis meses, desde o início do governo Trump”.
O documento também traz estatísticas para tentar convencer o povo americano da irracionalidade da guerra.
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Mujahid aponta que 3.546 soldados estrangeiros morreram nos últimos anos, dezenas de bilhões de dólares foram gastos pelo governo estadunidense no conflito, houve aumento de 87% na produção de heroína em 2017 – sendo que parte da produção foi escoada para os EUA, que vive uma crise no consumo da droga -, e o poder do Taleban se estendeu pro diversas áreas do país.
A carta também aponta que os rebeldes têm recebido “apoio” da “comunidade internacional” em sua luta, numa possível referência ao suposto suporte russo e iraniano aos terroristas da região.
Procuradas pelo jornal britânico, autoridades dos Estados Unidos não quiseram comentar a carta aberta do Taleban.
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