Irã considera sanções dos Estados Unidos ilegais e promete "séria reação"

País respondeu às ações tomadas pelos EUA contra 14 pessoas e entidades iranianas; governo também descartou qualquer mudança no acordo nuclear

Mudança em termos do acordo nuclear assinado com o Irã é defendida pelo presidente dos EUA, Donald Trump
Foto: Reprodução/CNN
Mudança em termos do acordo nuclear assinado com o Irã é defendida pelo presidente dos EUA, Donald Trump

O Ministério de Assuntos Exteriores do Irã afirmou neste sábado (13) que as sanções impostas ao país pelo Estados Unidos são "ilegais e hostis". De acordo com informações da agência de notícias EFE , o comunicado afirmou que a decisão do governo norte-americano cruza "todas as linhas vermelhas de comportamento na comunidade internacional e viola as normas de princípios da lei internacional".

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Em sua resposta, o governo do Irã prometeu uma "séria reação" às sanções. Na sexta-feira (12), o Tesouro dos EUA adotou medidas contra 14 pessoas e entidades iranianas. Entre elas, está o chefe do Poder Judiciário, aiatolá Sadeq Larijani, por abuso aos direitos humanos e apoio ao Programa de Mísseis Balísticos.

O governo iraniano também respondeu ao ultimato feito pelo presidente Donald Trump em relação ao acordo nuclear assinado em 2015 entre Irã e outras seis grandes potências mundiais – União Europeia, Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China. Segundo o ministério, o país não adotará "nenhuma medida além dos compromissos que contraiu com o JCPOA", sigla em inglês que se refere formalmente ao pacto nuclear.

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"O governo dos Estados Unidos e todos os outros signatários do acordo deverão cumprir seus compromissos. Caso contrário, serão responsáveis por qualquer consequência", disse o ministério iraniano.

Na sexta-feira, o republicano estendeu a validade do acordo, mas afirmou que essa seria a última vez, pois dará uma chance para os signatários, incluindo aliados dos EUA, "corrigirem as falhas" do pacto. Desde a campanha presidencial, Trump critica termos do acordo negociado por seu antecessor, Barack Obama. Para o atual presidente, o documento tem problemas "imperdoáveis".

O acordo retirou as sanções impostas pelo Ocidente ao Irã por conta do programa nuclear de Teerã. Em contrapartida, o país se comprometeu a não usar o enriquecimento de urânio para fins militares, como a construção de uma bomba nuclear, e permitiu inspeções regulares. O texto precisa ser renovado a cada 120 dias pelos EUA.

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Ainda de acordo com informações da  EFE , a ideia de Trump é criar um "acordo suplementar" com seus parceiros europeus para impor novas sanções multilaterais se o Irã desenvolver ou testar mísseis balísticos, e impedir inspeções das suas instalações nucleares.

* Com informações da Ansa.