Jonatan Diniz, o brasileiro de 31 anos que ficou 11 dias preso na Venezuela e foi expulso do país no último sábado (6), disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que viajou ao país já prevendo que seria preso. Sua intenção, afirmou, era promover sua ONG, que conforme Diniz ajuda crianças em situação de rua.
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Em sua entrevista ao Estadão, o brasileiro também disse já ter sido internado em clínicas psiquiátricas por ser médium. “Tenho uma mediunidade, recebo mensagens. A prisão de 11 dias na Venezuela não é nada comparado às minhas internações”, relatou.
“Eu sabia que ia ser preso. Eu estava em um país com enorme repressão. Eu critiquei o governo e eles sabiam quem eu era. Só um burro ia achar que eu não seria preso. Eu estava tentando ajudar”, contou ao jornal.
Antes, em suas redes sociais, Jonatan havia dito que decidiu ir para o país para doar parte do dinheiro que tinha e para iniciar o projeto “Time To Change The Earth” junto com amigos ao redor do mundo. “Nada mais era que doar roupas, comidas, brinquedos e o que necessitasse para quem realmente precisasse”, escreveu.
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Para o governo venezuelano, entretanto, a entidade seria uma “organização criminosa com tentáculos internacionais”, que distribuiria alimentos e bens a moradores de rua com o objetivo de obter recursos em moeda nacional com vistas a promover ações contra o governo.
Jonatan diz que o que mais o impressionou em sua estada no país foi a participação de crianças nos protestos contra o governo de Nicolás Maduro. “Sim, odiei muito Maduro nesse tempo por todas as bombas lacrimogêneas que tive que respirar e sim, vi muita barbaridade tanto de um lado quanto do outro. Quando eu não chorava pela notícia de mais um jovem assassinado que batalhava por liberdade e por um país melhor, eu chorava por ver crianças de 5, 6 anos prepararem bombas molotov no meio da avenida para se prepararem para os confrontos”.
O Movimento Brasil Livre (MBL), que pediu nas redes sociais a liberdade de Jonatan, quando soube que ele havia premeditado a prisão na Venezuela disse estar arrependido pelo apoio. Questionado pelo Estadão sobre o que achou disso, Jonatan disse que sequer havia ouvido falar do movimento.
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