Após protagonizar mais uma polêmica, o presidente dos Estados Unidos , Donald Trump , negou, nesta sexta-feira (12), que tenha usado palavras de baixo calão para se referir a países da América Central e da África. A sua defesa se fez necessária depois que o jornal The Washington Post publicou, nesta quinta (11), que ele teria chamado os imigrantes do Haiti, de El Salvador e de países africanos de pessoas de 'buracos de merda' .
"A linguagem usada por mim no encontro do Daca foi dura, mas não foi aquela linguagem [a noticiada pelo jornal norte-americano] que usei. O que foi realmente duro na reunião foi a proposta extravagante feita – um grande passo atrás para o Daca", escreveu o presidente em seu Twitter, negando ter usado e nem citando a expressão ' buracos de merda
'.
A suposta fala do norte-americano foi publicada por todos os grandes jornais norte-americanos e teve grande repercussão em todo o mundo. Afinal, são palavras grosseiras demais para um líder mundial se referir a outras nações.
De acordo com as fontes, o presidente ainda teria afirmado que os EUA estariam melhores se atraíssem pessoas como os "noruegueses". "Por que nós precisamos de mais haitianos? Mantenham eles longe", teria acrescentado o republicano, deixando os congressistas sem palavras.
A porta-voz da União Africana, Ebba Kalon, afirmou em entrevista à agência de notícias Associated Press que a fala de Trump a deixou "francamente assustada".
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"Dada a realidade histórica de como muitos africanos chegaram nos Estados Unidos, como escravos, essa declaração vai contra qualquer comportamento e prática aceitáveis. E é particularmente surpreendente, já que os EUA são um exemplo global de como a migração fez nascer uma nação construída sobre fortes valores de diversidade e oportunidade", ressaltou Kalon.
ONU condena suposta fala de Trump
Em repulsa ao comentário de Trump, o porta-voz das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville, afirmou que as palavras eram "vergonhosas e chocantes" e que tais comentários poderiam causar xenofobia por parte da população norte-americana contra os imigrantes.
"Não se pode liquidar países inteiros os chamando de 'buracos de merda'. Isso pode danificar e destruir a vida de muitas pessoas [porque] legitima que elas sejam atingidas com base nos países de onde vem. Elas vão contra os valores universais que o mundo duramente perseguiu depois da Segunda Guerra Mundial e o Holocausto", acrescentou Colville.
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* Com informações da Agência Ansa.