O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira (8), o fim da permissão de permanência para 200 mil salvadorenhos que vivem e trabalham legalmente no país há pelo menos 10 anos. Trata-se de mais uma das medidas da administração de Donald Trump para reverter as políticas de imigração dos EUA nos anos de Obama, quando a legislação era mais permissiva aos estrangeiros que chegavam ao país.
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Com a medida, aproximadamente 200 mil salvadorenhos poderão ter que deixar os Estados Unidos. Há a possibilidade, também, de eles requisitarem o visto de permanência junto ao Departamento de Segurança, o que deve ser feito até setembro de 2019.
A maioria destes cidadãos deixou sua terra natal após os terremotos de janeiro e fevereiro de 2001, que deixaram 1,2 mil mortos em El Salvador. Na época, a população atingida ganhou visto temporário para morar no território norte-americano em caráter humanitário.
A decisão se tornou pública semanas após mais de 45 mil haitianos também perderem as proteções concedidas após o terremoto do Haiti em 2010. Outros programas semelhantes, que atendem hondurenhos em situação de vulnerabilidade, podem também ser revertidos.
A concessão de moradia aos imigrantes fazia parte de uma iniciativa do governo dos EUA chamada de "Status Protegido Temporário" – e que a gestão Trump critica por ter se tornado “permanente”. Os salvadorenhos eram o maior grupo beneficiário do programa, que os protegia da deportação caso chegassem ao país ilegalmente.
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O Departamento de Segurança argumentou que, uma vez que El Salvador já se recuperou dos danos causados pelos terremotos, os salvadorenhos não precisam mais do programa.
Seguindo promessas de sua campanha eleitoral, Trump tem endurecido a política imigratória no país. Além do muro que quer construir na fronteira com o México – orçado por Trump em 18 bilhões de dólares -, o mandatário aumentou as prisões de imigrantes ilegais e proibiu a ida aos EUA de cidadãos de países de cultura muçulmana.
Além do fim da permissão aos salvadorenhos, recentemente o secretário de Justiça norte-americano, Jeff Sessions, anunciou que o magnata também colocará termo ao programa de proteção aos filhos de imigrantes ilegais, chamado de "Dreamers" – “sonhadores”, em português. O programa abrange cerca de 800 mil jovens.
* Com informações da Ansa
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