Uma coletiva de imprensa nos Estados Unidos virou manchete pelos motivos errados nesta semana. A Polícia da Flórida divulgava informações sobre uma série de assassinatos na cidade de Tampa, na terça-feira (5), quando uma mulher se prontificou ao lado do porta-voz e começou a traduzir o evento na língua de sinais para surdos. No entanto, como foi descoberto mais tarde pelos policiais, ela não foi contratada para isso, nem comunicou nada na linguagem de gestos.
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Identificada como Derlyn Roberts, a mulher simplesmente chegou no local onde acontecia a coletiva, sem dizer quem era e começou a gesticular [veja o vídeo abaixo]. Mas surdos e mudos que viram a cena pela televisão perceberam que os sinais que ela fazia eram falsos e não significavam nada. A mãe de Monica Hoffa, uma das vítimas, estava presente, de acordo com a CNN, e por ser surda, percebeu a encenação.
As imagens da falsa intérprete foram analisadas por tradutores oficiais. "Na maior parte do tempo, parecia que ela estava se comunicando, mas não usando sinais reais", disse a professora da Universidade do sul da Flórida, Rachelle Settambrino, em entrevista à rede de TV ABC. "Quando ela estava soletrando palavras, ela não estava escrevendo nada. Eles eram apenas bobagens mais do que qualquer coisa".
A Polícia se justificou dizendo que achou que ela era uma tradutora terceirizada, não contratada diretamente pela corporação. De acordo com a corporação, ela não cometeu nenhum crime e não pode ser indiciada por nada, sendo culpada somente de uma violação ética.
"Ela estava de pé, torcendo as mãos para frente e para trás. Eu poderia dizer na hora que os intérpretes não fazem isso", disse Betti Bonni à ABC, uma intérprete certificada da língua de sinais.
Não se sabe porque Roberts fez a tradução falsa. A imprensa norte-americana revelou durante a semana que ela já foi presa várias vezes por fraude e chegou a cumprir pena na penitenciária estadual da Flórida.
Serial killer
Um homem havia sido preso na terça-feira, suspeito de ter matado quatro pessoas à tiros enquanto caminham pelo bairro de Seminole Heights, em Tampa, quando a polícia fez a coletiva de imprensa. Os casos não têm relação aparente entre si, mas a Polícia acredita que todos foram obra de um único assassino.
O principal suspeito é Howell Donaldson II, estudante universitário de 24 anos, que, preso, disse estar “bem” quando foi interrogado pelos policiais.
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Monica Hoffa, de 32 anos, foi morta no dia 11 de outubro, a única mulher das vítimas. Filha de uma mãe que não conseguia ouvir, ela aprendeu e falava a língua de sinais.