Os liberais alemães anunciaram neste domingo (19) sua saída das negociações para formar uma coalizão. Com a decisão, a chanceler Angela Merkel fica em uma situação complicada para governar o país. Há pouco mais de um mês, quatro partidos vinham mantendo negociações. Os pontos de maior discordância entre os partidos foram as políticas para os refugiados e as questões ambientais.
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O desafio de formar uma coalizão para Merkel governar havia se iniciado em setembro, quando a chanceler venceu as eleições alemãs sem ter a maioria dos votos. Na madrugada desta segunda-feira (20), ela afirmou que lamentava o fracasso, por considerar que "o ritmo das conversações indicava que seria possível chegar a um acordo". Durante as negociações, os Verdes acusaram os integrantes do Partido Democrático Liberal (FDP, na sigla em alemão) de intransigência.
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A tentativa de formar uma coalizão entre conservadores – União Democrata-Cristã (CDU) e União Social-Cristã (CSU) – Verdes e liberais (FDP), apelidada de "Jamaica", por causa das cores dos partidos (preto: CDU, amarelo: FDP e Verdes) e da bandeira do país, não se concretizou. Os liberais, depois de diversas tentativas de acordo, anunciaram que não foi possível chegar ao consenso.
"É melhor não governar do que governar mal", disse o líder liberal, Christian Lindner, que lembrou das divergências irreparáveis entre os partidos. Lindner afirmou, ainda, que os partidos não compartilhavam o mesmo ponto de vista e que, após as conversas, haviam ficado "muitas inconsistências, questões e conflitos sem respota".
Com a oposição do Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, e do Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, restava à chanceler formar uma coligação minimamente forte para governar. A saída dos liberais aponta um momento político delicado para Merkel, que pode acabar, até mesmo, em novas eleições. O principal adversário seria Martin Schulz, líder do SPF.
Em princípio, analistas traçam três cenários possíveis. No primeiro deles, a chanceler tentaria governar com uma coligação minoritária, unido-se aos Verdes, somente. Outra opção é persuadir o SPD de Schulz a formar uma coligação majoritária para, assim, governar com mais efetividade. O grupo, no entanto, já adiantou que pretende se manter na oposição. Por fim, uma situação mais extrema demandaria a convocação de novas eleições.
"Como chanceler, farei de tudo para garantir que esse país seja bem gerenciado nas próximas semanas. Nós pensamos que estávamos no caminho para encontrar uma solução", disse Merkel. Na manhã desta segunda, ela esteve com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, para informar formalmente sobre o fracasso das negociações entre os partidos.
Também nesta segunda, ele fez um apelo para que os partidos "estejam disponíveis para o diálogo para formar um novo governo em tempo curto". Para Steinmeier, todas as siglas devem servir à Alemanha. "Quem se apresenta nas eleições para ter uma responsabilidade política não pode dar um passo atrás quando ela está em suas mãos", afirmou o mandatário.
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Segundo ele, essa responsabilidade "não pode ser simplesmente repassada aos eleitores". Após o fracasso nas negociações por uma coalizão com Merkel, Steinmeier pediu para as siglas repensarem seu compromissos. "A preocupação na Europa seria grande se, justamente no país mais forte do ponto de vista econômico, as forças políticas não assumissem as suas próprias responsabilidades", acrescentou.
* Com informações da Agência Brasil e da Ansa.