O segundo turno no Chile está marcado para o dia 19 de dezembro, apresentando desafios aos candidatos
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O segundo turno no Chile está marcado para o dia 19 de dezembro, apresentando desafios aos candidatos

O resultado das urnas no Chile trouxe um resultado surpreendente: candidato favorito, o empresário de centro-direita Sebástian Piñera venceu o primeiro turno das eleições conforme o esperado, porém terá de disputar o segundo turno com o senador socialista Alejandro Guillier, que recebeu apoio da presidente Michelle Bachelet.

O segundo turno está marcado para o dia 19 de dezembro. Até lá, os dois candidatos terão o desafio de conseguir – em tão pouco tempo – o apoio dos eleitores dos outros seis candidatos que ficaram fora da corrida eleitoral. Piñera tem 67 anos e já foi presidente do Chile entre 2012 a 2014 e, ao contrário do resultado de hoje, que revelou o candidato com 37% dos votos, esperava-se que ele recebesse ao menos 45%, segundo as pesquisas de opinião. Já Guillier, que aparece como promessa de aprofundamento das reformas e conquistas sociais de Bachelet, ficou em segundo lugar com 23% dos votos.

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A grande surpresa dessas eleições, contudo, ficou com a candidata Beatriz Sanchez, que ficou em terceiro lugar (20%), em um empate técnico com Guilier. Ela apareceu como opção de uma coligação esquerdista do país, formada recentemente.

Promessas e apoios

Piñera fez um discurso de agradecimento aos eleitores que confiaram seu voto. Já na corrida para o segundo turno, ele apelou àqueles que votaram em outros candidatos para ‘se lembrarem da desilusão causada por todos os governos chilenos desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990)’, já que todos, com exceção dele próprio, foram presidentes de centro-esquerda. Estas eleições foram as primeiras, em 27 anos de democracia no país, que foram tão divididas.

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O candidato ainda comparou os resultados das urnas deste domingo com aqueles encontrados em 2009, quando recebeu 44% dos votos no primeiro turno e, logo em seguida, saiu vitorioso. Seu discurso é “de mudanças”, prometendo “tirar o Chile da estagnação econômica dos últimos anos” – em um claro ataque à presidente do país, que sofre queda de popularidade depois que o preço do cobre (principal produto de exportação) caiu. Assim, Bachelet encerra seu segundo mandato com desaceleração da economia, apesar das reformas tributária e educativa.

Até agora, o candidato de centro-direita recebeu apoio de José Antonio Kast, que estava concorrendo ao cargo, mas recebeu apenas 8% dos votos. Kast defende “os valores da família militar” e prometeu “apoio incondicional a Piñera”. Essa aproximação, porém, pode ser vista com maus olhos por alguns eleitores centristas – já que, durante a campanha eleitoral, Kast chegou a dizer que Pinochet (responsável por uma ditadura que matou mais de três mil pessoas) “foi um dos melhores governantes chilenos” e que, se estivesse vivo, votaria em sua chapa.

Entre os seis candidatos do primeiro turno, apenas Piñera e Kast representavam a direita. A maioria deles era de centro-esquerda. Mas, não é possível afirmar que os eleitores migrarão seus votos ‘automaticamente’ para Guillier , já que muitos fizeram críticas ao seu plano de governo. É o caso de Beatriz Sanchez, que considerou as reformas “insuficientes”, evitando demonstrar apoio ao candidato logo após os resultados das urnas virem a público.

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Ontem, também foram eleitos 155 deputados e 23 senadores. A coligação “Chile Vamos”, que apoia Piñera, e a recém-criada “Frente Ampla”, de Beatriz Sanchez, foram os que mais aumentaram a participação no Congresso. Segundo os analistas políticos, é difícil prever os resultados do segundo turno – especialmente porque as pesquisas de opinião falharam e os votos dos “indecisos” supreenderam. Desde 2012, o voto deixou de ser obrigatório no Chile.

*Com informações e reportagem da Agência Brasil

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