O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o das Filipinas, Rodrigo Duterte , aparentam estar se dando muito bem durante os eventos públicos protagonizados pelos dois mandatários nesta segunda-feira (13), em Manila. Os dois mandatários também tiveram uma reunião a portas fechadas, e segundo a Casa Branca, questões de direitos humanos e a sangrenta guerra contra as drogas nas Filipinas foram discutidas “brevemente”. Contudo, um porta-voz de Duterte negou que tais assuntos foram abordados.
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O encontro entre Donald Trump e Rodrigo Duterte era uma das mais esperadas da cúpula da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec, na sigla em inglês). Apesar da pressão de grupos de direitos humanos para que o presidente americano questionasse a repressão violenta do governo filipino contra os próprios cidadãos do país, Trump tem evitado o tema durante sua visita à Ásia. No evento público de hoje, tanto ele quanto Duterte ignoraram duas perguntas de jornalistas feitas acerca do tema.
Quando um repórter perguntou a Trump se ele abordaria os direitos humanos na reunião, Duterte disse: “Ei, ei. Isto não é um comunicado à imprensa. É uma reunião bilateral”.
Na semana passada, Duterte, que falou de Trump em tom elogioso, afirmou que diria ao presidente dos EUA para "ficar na sua" se abordasse acusações de violações de direitos humanos.
Mais cedo, a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, contudo, afirmou que “as conversas foram focadas no Estado Islâmico, nas drogas ilícitas e no comércio [entre países]. A questão dos direitos humanos foi brevemente citada dentro do contexto da luta das Filipinas contra o tráfico de drogas”.
Contudo, o porta-voz filipino Harry Roque disse que não houve questionamento algum feito por Trump quando o tópico “ameaça das drogas” foi citado por Duterte. Segundo ele, o americano apenas “concordou com a cabeça”.
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As observações públicas de Trump em Manila
, no entanto, concentraram-se muito mais na “pompa” que lhe foi conferida durante sua viagem de 13 dias pela Ásia. “É um tapete vermelho como nenhum outro, como eu nunca havia visto”, elogiou Trump, ao lado dos primeiros ministros australianos e japoneses. “E isso realmente é um sinal de respeito, talvez por mim, um pouco, especialmente pelos Estados Unidos da América”.
Trump e Duterte falaram várias vezes ao longo da cúpula da ASEAN de dois dias, inclusive compartilhando um brinde no domingo à noite, que foi a primeira página dos jornais em Manila. Cerca de 1.500 a 2.000 manifestantes também atingiram as ruas na segunda-feira, falando contra a visita de Trump, de acordo com uma estimativa policial compartilhada com a CNN, muitos dos quais pareciam ser da extrema esquerda.
Políticas polêmicas
Em maio deste ano, o republicano foi criticado por elogiar o presidente das Filipinas durante um telefonema pelo “ótimo trabalho” que está fazendo para conter os narcóticos ilegais.
O governo filipino declarou ‘guerra contra as drogas’, permitindo a execução de pessoas supostamente envolvidas com o tráfico ou usuários. Tal iniciativa é bastante criticada globalmente. O presidente do país asiático ‘vestiu a camisa’ de ‘justiceiro contra crimes difíceis’, inclusive assumindo publicamente que ele próprio já matou uma pessoa quando era mais jovem.
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Mais de 3.900 pessoas já morreram na guerra às drogas que Rodrigo Duterte declarou quando tomou posse no ano passado. Seu governo afirma que a polícia age em legítima defesa, mas críticos denunciam execuções ilegais.
Os EUA e as Filipinas , uma ex-colônia norte-americana, são aliados estratégicos desde a Segunda Guerra Mundial, mas sua relação se tornou tensa devido aos rompantes anti-EUA de Duterte, intensificados na gestão de Barack Obama, e seu entusiasmo por laços melhores com a Rússia e a China. Agora, com Donald Trump à frente do governo norte-americano, as relações – ao menos superficialmente – parecem ter melhorado.
*Com informações da CNN e Agência Brasil