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"Para a União Europeia, nada muda", disse presidente do Conselho Europeu após anúncio de independência catalã

A União Europeia manterá o apoio ao governo central de Madri na queda de braço com a Catalunha, cujo  parlamento anunciou nesta sexta-feira (27) a independência da região em relação ao restante da Espanha.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, comentou por meio de sua conta no Twitter que, "para a União Europeia , nada muda". "A Espanha continua sendo nossa única interlocutora. Eu espero que o governo espanhol favoreça a força do argumento, e não o argumento da força", escreveu Tusk.  

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também tem afirmado nos últimos dias que é "contrário a todos os separatismos na Europa" e que "não ama aquilo que estão fazendo na Catalunha". Antes de Juncker, os comissários europeus mantiveram a postura de pedir respeito ao Estado de Direito e à Constituição da Espanha.

Também contra a proclamação de independência da Catalunha , o premier espanhol, Mariano Rajoy, definiu a situação como um "ato criminoso" e "contra a lei", anunciando que o governo "tomará as medidas necessárias para restabelecer a legalidade". O premier ainda afirmou à imprensa que o que aconteceu nesta sexta-feira "é a prova de que era necessário ativar o artigo 155", que tira temporariamente a autonomia da região. 

aplicação do artigo que também destitui os atuais líderes foi aprovada por 214 votos a 47. Uma reunião ministerial está marcada para ocorrer ainda hoje e decidir em quais termos será feita a intervenção.

Mais cedo, Rajoy pediu o apoio dos senadores para aprovar a medida e convocar as eleições em até "seis meses" para a região.

Independência

No início desta sexta-feira (27), o parlamento da Catalunha aprovou resolução que declara a independência da região em relação ao restante da Espanha. A medida foi aprovada, em votação secreta, com 70 votos a favor e 10 contrários, além de 2 votos em branco. Os partidos que se posicionavam contra o processo separatista se abstiveram na votação realizada nesta manhã.

"Constituímos a República Catalã como Estado independente e soberano de direito democrático e social", determina a resolução. Com isso, a Casa abriu o "processo constituinte" da República e decidiu que entrará em vigor a "lei de transição jurídica e de fundação da República da Catalunha".

A decisão foi comemorada por milhares de pessoas que aguardavam a votação do lado de fora do Parlamento local entoando o hino "Els Segadors". 

O rompimento unilateral já era esperado após o presidente da região, Carles Puigdemont, desistir da ideia de convocar novas eleições para tentar amenizar a crise com o governo central de Madri. A decisão de Puigdemont foi anunciada após um grande protesto pró-separatista realizado em Barcelona .

Após a votação na Catalunha, um porta-voz da Comissão Europeia afirmou que a posição da União Europeia não muda com o resultado no Parlamento. "Não temos nada para acrescentar àquilo que já dissemos", disse o representante.

*Com informações da Ansa

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