Milhares de catalães celebraram decisão do parlamento local em declarar independência do resto da Espanha
Junts pel Sí
Milhares de catalães celebraram decisão do parlamento local em declarar independência do resto da Espanha

O parlamento da Catalunha aprovou nesta sexta-feira (27) uma resolução que declara a independência da região em relação ao restante da Espanha . A medida foi aprovada, em votação secreta, com 70 votos a favor e 10 contrários, além de 2 votos em branco. Os partidos que se posicionavam contra o processo separatista se abstiveram na votação realizada nesta manhã.

"Constituímos a República Catalã como Estado independente e soberano de direito democrático e social", determina a resolução aprovada nesta manhã. Com isso, a Casa abriu o "processo constituinte" da República e decidiu que entrará em vigor a "lei de transição jurídica e de fundação da República da Catalunha ".

A decisão foi comemorada por milhares de pessoas que aguardavam a votação do lado de fora do Parlamento local entoando o hino "Els Segadors". 

O rompimento unilateral já era esperado após o presidente da região,  Carles Puigdemont, desistir da ideia de convocar novas eleições para tentar amenizar a crise com o governo central de Madri. A decisão de Puigdemont foi anunciada após um grande protesto pró-separatista realizado em Barcelona.

Intervenção de Madri

O presidente espanhol, Mariano Rajoy, se manifestou momentos após a votação pedindo "tranquilidade" para os espanhóis e afirmando que "o Estado de Direito restaurará a legalidade na Catalunha".

A votação no Parlamento local ocorreu momentos antes de o  Senado espanhol analisar a ativação do artigo 155  da Constituição da Espanha. A aplicação do artigo que retira temporariamente a autonomia da região e destitui os atuais líderes foi aprovada por 214 votos a 47. Uma reunião ministerial está marcada para ocorrer ainda hoje e decidir em quais termos será feita a intevenção.

Mais cedo, Rajoy pediu o apoio dos senadores para aprovar a medida e convocar as eleições em até "seis meses" para a região.

A crise com os defensores da independência regional se agravou com a realização de um referendo separatista no dia 1º de outubro. De acordo com o governo catalão, a separação saiu vencedora no referendo com o apoio de mais de 90% dos votantes.

No entanto, todas as instâncias judiciais de Madri consideraram a votação ilegal e informaram que o referendo não tem nenhum efeito. Desde então, a queda de braço entre os líderes de ambos os lados se intensificou com situações que foram desde trocas públicas de ameaças até a prisão de diversas pessoas que ajudaram a organizar o referendo. 

Ainda no início deste mês, o próprio Puigdemont chegou a declarar a independência , afirmando que a Catalunha havia conquistado o direito de ser um Estado soberano com o resultado do plebiscito, mas, no mesmo discurso, voltou atrás e suspendeu a declaração, pedindo diálogo e abrindo espaço para negociações. O pronunciamento ambíguo do líder catalão confundiu todo o mundo.

*Com informações e reportagem da Ansa

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