A ativista pelos direitos das mulheres – e em especial à educação de meninas –, Malala Yousafzai, tornou-se vítima de críticas na internet depois de, supostamente, aparecer de salto alto e calça jeans na Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde estuda. Um portal paquistanês, país de origem da jovem prêmio Nobel, publicou a imagem “polêmica”.
Leia também: Defensora do direito à educação feminina, Malala estudará em Oxford
Depois de compartilhada pela mídia do Paquistão, a foto em que Malala Yousafzai
aparece vestido jeans e uma bota de salto foi alvo de comentários depreciativos contra a estudante de 20 anos durante o último fim de semana. Algumas pessoas chegaram a compará-la à atriz de filmes adultos Mia Khalifa, apesar de a universitária manter a “dupatta” na cabeça (vestimenta típica das mulheres de seu país e da Índia) desde que chegou ao Reino Unido, há cinco anos.
Um homem chamado Yaseen Khan escreveu: “Ela é uma jogadora do jogo americano. Eu me sinto muito envergonhado de dizer que ela é paquistanesa”. Outro internauta de nome “UxMan MaAn” ainda diz que a jovem será “a próxima Mia Khalifa”.
Shaiq Sirajuddin Shah critica o fato de Malala estar usando calças “tão apertadas”, o que, segundo a mulher paquistanesa não seria um “problema particularmente importante se fosse um homem”.
Porém, um dos comentários mais assustadores – que foi feito por um cidadão paquistanês – e que foi compartilhado pela mídia do país, diz: “esta é a razão por que uma bala atravessou sua cabeça há algum tempo”.
Leia também: Fake Melania? Internautas se perguntam se essa mulher é mesmo a esposa de Trump
Porém, muitas pessoas saíram em defesa da ativista. Imaan Mazari-Hazir, por exemplo, indagou aos críticos sobre as “prioridades” que os paquistaneses dão aos acontecimentos. “Há mais pessoas perdendo a cabeça porque Malala está vestindo jeans do que quando ela foi atingida por bala. Nossas prioridades demonstram porque nós somos nossos piores inimigos”.
A apresentadora paquistanesa Anita Anand, que apresenta Radio 4’s Any Answer s, afirmou ao MailOnline que a jovem “pode vestir aquilo que ela gosta”.
Leia também: "Guerra pode começar a qualquer momento", diz vice-embaixador da Coreia do Norte
Malala Yousafzai estuda na Universidade de Oxford , depois de se tornar refugiada com sua família no Reino Unido, já que foi alvo de terroristas do Talibã em 2012 pela sua luta pelos direitos das mulheres à educação.