O Ministério Público da Venezuela enviou ao Brasil dois procuradores, nesta sexta-feira (4) para ouvir o marqueteiro João Santana e sua esposa, Mônica Moura. A intenção do MP é de obter informações sobre denúncias de que funcionários chavistas teriam recebido subornos da construtora Odebrecht.
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Em março deste ano, Mônica confirmou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que ela e João Santana teriam recebido US$ 11 milhões em dinheiro vivo para montar a campanha de Hugo Chávez à Presidência em 2012.
Ainda segundo ela, a quantia da campanha do líder bolivariano, morto em 2013, foi entregue pelo atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro , que, na época, era chanceler.
Moura ainda confirmou que Maduro "exigiu que a maior parte dos pagamentos referentes à campanha de reeleição fosse feita com recursos não declarados", sendo que estes pagamentos seriam feitos pela Odebrecht e pela Andrade Gutiérrez.
O envio dos representantes foi determinado pelo MP venezuelano, comandado pela procuradora-geral Luisa Ortega Díaz.
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Além de tentarem obter provas para processar os funcionários e ex-funcionários chavistas, os procuradores também buscam elementos sobre o suposto financiamento ilegal das campanhas eleitorais pela Odebrecht.
Não vão recorrer
Em julho deste ano, os publicitários decidiram não recorrer da condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato. A opção do casal de marqueteiros encontrada razão no acordo firmado com o Ministério Público Federal e foi informada ao magistrado da 13ª Vara Federal na noite dessa segunda-feira (10) – último dia do prazo para entrada de recurso na ação penal.
"[os marqueteiros] requerem, respeitosamente, que sejam adotadas as medidas necessárias para que se dê o início do cumprimento da pena estabelecida no acordo de colaboração premiada, homologada pelo STF", escreveram os advogados que atuam na defesa do casal.
Responsáveis pelas campanhas vitoriosas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, João Santana e Mônica Moura foram condenados por crime de lavagem de dinheiro, cometido em 19 ocasiões, tendo movimentado mais de US$ 10 milhões.
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* Com informações da Agência Ansa.