Um homem cristão foi acusado e condenado por assassinar a própria filha depois de descobrir o relacionamento da adolescente com um muçulmano, em Israel. Sami Karra negou ter matado Henriette, de 17 anos, no caso apontado como um “crime de honra”.
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Segundo os relatos da mídia local, a família da jovem tem origem árabe israelense e se opôs ao relacionamento com o muçulmano
. O namorado da jovem foi apontado como sendo um prisioneiro no país. Ainda de acordo com as notícias, ela estaria pensando em se converter ao islamismo por causa do namorado.
Os dois estariam se relacionando por cerca de um ano, causando a oposição veemente de todos os familiares. Toda a situação tensa levou a jovem a fugir de sua casa no último mês de maio, e enviar mensagens para um amigo próximo afirmando que temia que “[sua família] estaria enviando pessoas para me matar".
Oficiais da polícia e do serviço social chegaram a intervir no caso, convocando Henriette e seus pais para uma reunião conjunta no dia 11 de junho - dois dias antes de sua morte -, ainda sugerindo que ela estrasse em um abrigo para mulheres .
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As autoridades afirmaram que a adolescente declinou à oferta e pediu, em vez disso, que pudesse receber ajuda financeira suficiente para alugar um apartamento; retornando, dessa maneira, para a casa de seus pais e participando da festa de graduação em seu colégio judeu no próximo dia.
No dia 13 de junho, Henriette depositou uma quantia de 400 shekels (aproximadamente R$ 345) na conta de seu namorado preso antes de voltar para casa e contar para um de seus parentes que ele poderia ser libertado no final da semana, e que ela pretendia se converter ao islã, portanto.
Assim, este familiar contou os planos da menina para seu pai. Ela foi encontrada morta com hematomas no pescoço, na cozinha da casa de seus pais, na cidade de Ramle, em 13 de junho. De acordo com os documentos que o “Jerusalem Post” teve contato, o pai da adolescente acredita que “as ações de Henriette denegriram a honra da família e fizeram-no se sentir envergonhado”.
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"O réu decidiu causar a morte da vítima
e, para realizar seu objetivo, estava equipado com uma faca", afirmou a acusação do caso.
Os advogados de defesa, que representam Karra, afirmam que ele não é culpado e alegam que o relacionamento difícil entre Henriette e sua família não era “nenhum segredo”. Não foi informado se o namorado muçulmano da vítima foi liberado.