A Teoria da Evolução não será mais ensinada nas escolas da Turquia, segundo anunciou um oficial sênior do governo, em um movimento que deve gerar ainda mais ira à oposição do presidente Recep Tayyp Erdogan.
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Para justificar a decisão do governo, Alpaslan Durmuş, que preside o conselho de educação da Turquia
, afirmou que a evolução é um assunto “questionável, controverso e muito complicado para estudantes”.
Em um vídeo publicado no site do Ministério da Educação, Durmuş ainda acrescentou que a teoria está “muito além da compreensão dos estudantes”. A mudança curricular das escolas, segundo ele, consiste na retirada de um capítulo da grade de biologia do nono ano (que se refere ao evolucionismo), sendo ensinado apenas para alunos da graduação.
Outra mudança curricular está na redução da quantidade de tempo dedicada para o estudo do secularismo – ou seja, princípio da separação entre instituições governamentais e pessoas mandatadas para representar o Estado a partir de instituições religiosas e dignitários religiosos.
Críticos ao governo acreditam que a vida pública está cada vez mais despojada das tradições seculares, aplicadas pelo fundador da nação, Mustafa Kemal Atatürk. Assim, para a oposição, Erdogan está pouco a pouco convertendo o país ao islamismo, algo contrário aos valores turcos fundamentais; aliás, a educação é uma das principais pastas, já que é formadora das gerações futuras.
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Movimentos tímidos de pais têm estourado pelo país, que reclamam sobre a forma com que a religião tem sido ensinada às crianças e aos adolescentes. Mas, no geral, há pouca aceitação do conceito da evolução entre os principais clérigos muçulmanos no Oriente Médio, que acreditam que isso contradiz a história da criação das escrituras, na qual Deus expiou a vida ao primeiro homem, Adão, depois de moldá-lo no barro. Ainda assim, a evolução era ensinada –brevemente – em muitos cursos de Biologia do ensino médio na região.
As mudanças finais no currículo provavelmente serão anunciadas na próxima semana após o festival muçulmano Eid ou Bayram, que marca o fim do mês de jejum do Ramadã. As mudanças preliminares foram apresentadas para consulta pública no início deste ano.
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A oposição se preocupa que o presidente e seu partido estejam fazendo uma reforma na sociedade turca, adotando ideais neo-otomanos que veem a Turquia como a vanguarda “da maior nação islâmica do mundo”.