Donald Trump pegou todos de surpresa ao anunciar a demissão de James Comey, diretor do FBI, nesta terça-feira (9). O presidente americano fez o anuncio por meio de uma carta, onde agradece os serviços de Comey, mas questiona sua competência para liderar a organização. A saída do diretor acontece em meio a uma investigação feita pelo FBI de uma possível influência do governo da Rússia nas eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Em carta enviada a Comey, Trump alega que seguiu uma recomendação do procurador-geral, Jeff Sessions, e do vice-procurador-geral, Rod Rosenstein. "Eu concordo com o julgamento do Departamento de Justiça de que você não é capaz de efetivamente comandar o FBI", escreveu o republicano.
Leia também: Trump diz que não investigará Hillary sobre emails
James Comey chegou a ser apontado por muitos democratas como um dos grandes responsáveis pela derrota de sua candidata, Hillary Clinton e, consequentemente, pela vitória de Trump. Após uma intensa investigação, o FBI optou por divulgar dados do chamado "emailgate". O apelido é usado para nomear o escândalo sobre o uso de um servidor particular de email por Hillary, quando ela era secretária de Estado do ex-presidente Barack Obama.
Após o episódio, Comey chegou a comentar que os pensamentos de que poderia ter influenciado no resultado das eleições o "causavam náuseas". No entanto, o diretor alegou que não se arrependia da decisão, pois ocultar os dados da investigação teria sido muito pior para os eleitores.
Leia também: FBI será investigado por conduta no caso dos emails de Hillary Clinton
Agora, o FBI voltava a investigar as eleições que tornaram Donald Trump presidente dos Estados Unidos. Dessa vez, o que estava em cheque era uma possível influência do governo russo, liderado por Vladmir Putin sobre o pleito. Comey era quem liderava as investigações sobre contatos entre funcionários do Kremlin e membros da campanha de Trump. Em sua carta de demissão, no entanto, Trump não cita por nenhuma vez a investigação.
Futuro do FBI
Já na carta de demissão, Trump afirmou que "o FBI é uma das instituições mais apreciadas e respeitadas da nossa nação, e hoje será a marca de um novo começo para a nossa joia da coroa de aplicação de leis" e que a Casa Branca estava à procura de um substituto. No entanto, nenhum nome foi anunciado.