A líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, causou polêmica dentro e fora da França nesta semana ao negar a responsabilidade do país na perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
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"Eu acho que a França não é responsável por Vel D'Hiv. Acredito que, no geral, se há pessoas responsáveis, são aquelas que estavam no poder na época.", disse a líder da corrida presidencial em entrevista aos jornais franceses.
Marine Le Pen havia sido questionada sobre a detenção de mais de 13 mil judeus feitas pelo Polícia de Paris a mando de Adolf Hitler em julho de 1942. Os judeus deportados acabaram indo para o campo de concentração de Auschwitz e, ao fim da Guerra, apenas 400 sobreviveram ao horror nazista.
A frase de Le Pen foi rebatida por seu principal rival na disputa presidencial, Emmanuel Macron. "Alguns esqueceram que Marine é filha de Jean-Marie Le Pen. Eles não mudaram", disse Macron referindo-se ao pai e fundador do partido de extrema-direita Frente Nacional.
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Jean-Marie, que foi afastado do partido por Marine para tentar mudar a imagem da sigla, já fez diversos comentários controversos sobre o nazismo. O mais famoso deles é de que o "holocausto foi um detalhe" da história mundial.
Repercussão
O Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu um comunicado em que lamenta que o o antissemitismo está "levantando a cabeça novamente" e dizendo que a fala da candidata "contradiz a verdade histórica tal como expressa em declarações de presidentes franceses que reconheceram a responsabilidade do país pelo destino dos judeus franceses".
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Bombardeada de críticas, Le Pen voltou a dizer que "Vichy não era a França" e que mantinha sua posição. Ela citou que o regime colaboracionista do general Vichy não fazia parte do país citando uma ordem de 9 de agosto de 1944 que levou à suspensão do Estado e da legitimidade republicana durante a ocupação nazista.
* Com informações da Ansa