O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, defendeu nesta segunda-feira (10) a confirmação do calendário eleitoral na Venezuela para que o país garanta o "restabelecimento pleno da democracia". A declaração foi dada pelo chefe do Palácio do Itamaraty após reunião com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, na qual não descartou uma "avaliação coletiva" da crise venezuelana pelos países do órgão.
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"O Brasil apoia o diálogo político nacional, um diálogo que seja inclusivo, leal e eficaz. E que garanta o pleno restabelecimento da democracia, a separação dos poderes e o Estado de Direito. Insistimos na urgência da confirmação do calendário eleitoral. O povo precisa falar, e a voz do povo é um elemento central na solução da crise venezuelana", disse Nunes, a respeito do posicionamento do Itamaraty diante da situação no país latino-americano.
O encontro entre o chanceler brasileiro e o secretário da OEA ocorreu na manhã de hoje em Brasília. Em declaração à imprensa, Aloysio Nunes lembrou que o governo brasileiro tem insistido na oferta de ajuda humanitária ao país vizinho, o que poderia "minorar o sofrimento por que passa o povo venezuelano com a falta de alimentos e de remédios".
No dia 1º de abril, após fortes críticas da comunidade internacional, o TSJ (Tribunal Superior de Justiça) da Venezuela revogou a sentença que vetava os poderes do Parlamento do país. A decisão foi tomada depois de o presidente Nicolás Maduro solicitar que a medida fosse revista pelo Judiciário.
Novas eleições
O secretário-geral da OEA afirma que a redemocratização na Venezuela somente ocorrerá com a entrega do poder ao "verdadeiro soberano, que é o povo". "A única saída da crise institucional e política é com eleições, com um cronograma eleitoral que permita ao povo soberano decidir seu futuro", afirmou.
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Almagro afirmou também, após a reunião no Palácio do Itamaraty, que "cada artigo da Carta Democrática Interamericana foi afetado pela situação atual da Venezuela”. E citou como exemplos a persistência de presos políticos, a crise humanitária, que, segundo ele, "tem afetado direitos sociais básicos da população", a falta da separação de poderes e o não reconhecimento da Assembleia Nacional.
* Com informações da Agência Brasil