Odebrecht teria pago US$ 4 milhões para ganhar a licitação da estrada Costa del Callao, próxima a Lima, capital do Peru
Divulgação/Odebrecht
Odebrecht teria pago US$ 4 milhões para ganhar a licitação da estrada Costa del Callao, próxima a Lima, capital do Peru

Foi determinado pela Justiça do Peru a prisão preventiva de Félix Moreno,  o governador da região de Callao. A decisão aconteceu por um suposto recebimento de propina vindo do conglomerado brasileiro Odebrecht, conhecido pelo envolvimento na Operação Lava Jato.

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Moreno é acusado de ter favorecido a empresa na construção de uma rodovia do país. Além disso, ele ainda responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. O prazo determinado para a prisão preventiva é de 18 meses. Segundo o que foi informado pelo procurador anticorrupção, Hamilton Castro, que é responsável pela investigação do caso Odebrecht no Peru , a empresa pagou US$ 4 milhões para ganhar a licitação da estrada Costa del Callao, próxima a Lima, capital do país.

De acordo com as investigações, Félix Moreno recebeu 60% do valor da propina. Os demais 40% foram destinados ao empresário israelense Gil Shavit, que foi preso na semana passada e decidiu delatar o suposto esquema de corrupção.

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Com o intuito de embasar as acusações, o procurador local apresentou documentos apreendidos no Escritório de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como “Departamento da Propina”, que, além do Brasil, também atuava no Peru. As planilhas indicam os dois pagamentos para as obras da rodovia.

Ao longo da audiência na qual a prisão foi determinada, Moreno negou ter recebido propina da Odebrecht e disse que deseja cooperar com as investigações. “Eu não me escondo. Se eu tiver cometido um crime, vou ter que enfrentá-lo, mas não me beneficiei. Tampouco posso sair ou desaparecer porque me tiraram os passaportes e todo mundo sabe que vivo em Callao”, disse o governador.

Depois de decretada a prisão pelo juiz, a defesa de Moreno recorreu da decisão. O governador está sob custódia da Polícia Nacional do Peru e deve ser encaminhado a um presídio nas próximas horas.

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No Peru, as investigações sobre a Odebrecht apuram cerca de US$ 29 milhões em pagamento de propina a funcionários do governos dos ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

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