Susana Malcorra (ao lado do presidente argentino Maurício Macri) se diz animada com possível acordo Mercosul-UE
Elza Fiuza/Agência Brasil
Susana Malcorra (ao lado do presidente argentino Maurício Macri) se diz animada com possível acordo Mercosul-UE

As denúncias da Operação Carne Fraca, desencadeada pela Polícia Federal brasileira na semana passada , não foram tratadas na rodada de negociações desta semana entre o Mercosul e a União Europeia sobre um tratado de livre comércio. "As negociações avançam bem", afirmou nesta quarta-feira (22) a chanceler argentina Susana Malcorra. As informações são da agência de notícias alemã DPA.

Susana não descartou, contudo, que o tema tenha sido debatido à margem das conversações oficiais entre integrantes do Mercosul e da UE. “Até onde eu sei, não se conversou sobre o tema da carne do Brasil  em nenhuma mesa oficial, [mas] não estou segura que não tenha havido uma conversa de corredor sobre este tema”, declarou Malcorra.

A investigação sobre a adulteração de carne no Brasil provocou um escândalo que afetou as exportações brasileiras do produto.

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Ritmo intenso

A chefa da diplomacia argentina classificou como "intenso" o ritmo de negociações realizadas nesta semana. "Há um grupo muito grande que veio de Bruxelas e há um enorme grupo da parte do Mercosul, com uma enorme quantidade de reuniões em paralelo para discutir diversos temas. Tudo indica que as conversações estão avançando bem", assinalou.

"Estamos com uma expectativa muito alta e positiva porque na União Europeia tem interesse certo de avançar no tema e poder finalizá-lo", destacou a chanceler . O acordo reunirá um mercado de 750 milhões de pessoas.

A Argentina ora ocupa a presidência pró-tempore do Mercosul, bloco regional também integrado pelo Brasil, Paraguai e Uruguai. O quinto membro, a Venezuela, se encontra suspenso desde dezembro , por não cumprir com os requisitos do mercado comum.

A rodada do Comitê de Negociações bi-regionais, da qual participam técnicos e representantes de ambos os blocos, se encerrará na sexta-feira (24), com reuniões de seguimento entre 30 de maio e  2 de junho, em Buenos Aires.

A instância anterior de relevância na negociação, iniciada há 17 anos, ocorreu em outubro do ano passado, quando as partes concluíram o terceiro intercâmbio de ofertas, o que deu nova força ao possível acordo.

Os pontos mais conflitantes das negociações são o acesso a mercados, em particular o setor agrícola, e as compras públicas e propriedade intelectual.

O intercâmbio comercial entre a UE e o Mercosul caiu de mais de 111 bilhões de euros (cerca de US$ 119 bilhões) para 85 bilhões de euros ( US$ 91 bilhões), segundo estimativas da Federação Industrial Alemã.

*Com informações e reportagem da Agência Brasil

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