Em uma cidade do nordeste do Japão, foram lançados balões em formato de pombas ao céu com mensagens aos mortos
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Em uma cidade do nordeste do Japão, foram lançados balões em formato de pombas ao céu com mensagens aos mortos

Exatamente às 14h46 do dia 11 de março de 2011, os alertas e as sirenes da costa de Tohoku, no nordeste do Japão, soaram anunciando um tsunami que chegaria em breve na região, gerado pelo terremoto de 9 graus que sacudira o país cerca de 10 horas antes.

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Neste sábado, seis anos após o tsunami que destruiu a região e causou problemas na usina nuclear de Fukushima, o Japão parou parou por um minuto, em homenagem aos mais de 18 mil mortos pela catástrofe.

Na ocasião, uma onda gigante atingiu 40 metros de altura em algumas regiões e abateu a central nuclear de Fukushima, danificando três reatores e provocando a pior crise atômica desde o acidente em Cernobyl.

De acordo com as autoridades japonesas, a tripla tragédia tirou a vida de 15.893 pessoas, em 12 distritos. Outas 2.533 desapareceram em seis regiões e nunca mais foram encontradas. Seis anos após o acidente, continuam desabrigadas 123 mil pessoas, que vivem atualmente em abrigos ou casas alugadas.

Protegidos, funcionários analisam situação dos combustíveis no reator número 4 de Fukushima, em novembro de 2013
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Protegidos, funcionários analisam situação dos combustíveis no reator número 4 de Fukushima, em novembro de 2013

Seis anos depois, em muitas localidades costeiras do país, o alarme de tsunami foi ativado para recordar o momento do desastre. Também foram depositadas diversas flores em homenagem às vítimas em lugares simbólicos de Ishinomaki e Minamisanriku, cidades que sofreram maiores estragos na época.

Em Natori, foram lançados balões em formato de pombas ao céu com mensagens aos mortos. "Vocês viverão eternamente em nossas memórias", dizia uma inscrição.

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Uma cerimônia oficial também foi realizada em Tóquio, com o primeiro-ministro Shinzo Abe, o príncipe Akishino e sua esposa, Kiko.

Ao som de uma orquestra, 900 pessoas depositaram rosas brancas em um altar.

Reconstrução e política

Durante a cerimônia, o premier Shinzo Abe prometeu agir para que a população deslocada volte às suas casas
Prime Minister’s Office of Japan
Durante a cerimônia, o premier Shinzo Abe prometeu agir para que a população deslocada volte às suas casas

O plano de reconstrução colocado em vigor pelo governo japonês não se concluiu até hoje, principalmente em relação à usina de Fukushima, apesar de todos os esforços.

Os custos das obras quadruplicaram e ainda é distante a possibilidade de desativar por completo o local.

Porém, durante a cerimônia, o premier prometeu agir para que a população deslocada volte às suas casas em Fukushima.

A declaração gerou revolta dos japoneses, que se recusam a retornar para uma zona onde ainda há alto índice de radioatividade.

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De acordo com os jornais locais, a população acredita que o premier do Japão esteja querendo demonstrar que Fukushima está normal por ocasião dos Jogos Olímpicos de 2020.

* Com informações da Agência Ansa.

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