Pelo menos duas pessoas morreram nesta sexta-feira (10), durante manifestações em Seul, em protestos contra o impeachment da agora ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.
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Park já estava afastada do cargo, por decisão do Parlamento, desde dezembro do ano passado. Nesta sexta, seu impeachment foi aprovado pela Corte Constitucional da Coreia do Sul. Ela é suspeita de estar envolvida em um escândalo de corrupção.
Após a leitura do veredicto, violentos confrontos entre a polícia e os partidários de Park tiveram início na frente da sede do tribunal e nas proximidades da Avenida Sejong.
De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap , um dos mortos é um idoso, de 72 anos, que morreu a caminho ao hospital por causa dos ferimentos que sofreu na cabeça. A outra vítima fatal também era um idoso, de 60 anos, e teve o corpo encontrado próximo ao tribunal.
Houve também quem saísse de casa para comemorar nas ruas a cassação da ex-presidente.
Mais de 21,6 mil agentes isolam o Corte, a Casa Azul, a sede da presidência e outros edifícios governamentais da capital por causa das manifestações contrárias e favoráveis a Park.
O veredicto representa a primeira destituição de um chefe de Estado e a primeira antecipação do pleito na Coreia do Sul, desde que o país voltou a realizar eleições democráticas em 1987, após o mandato de duas juntas militares (uma das quais liderou o general Park Chung-hee, pai de Park Geun-hye).
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Entenda o caso
O processo começou a ser cogitado quando a mandatária do país se desculpou publicamente após diversas denúncias de opositores a respeito de a presidente ter recebido orientações de uma pessoa que não faz parte de sua equipe.
O escândalo eclodiu, quando Park Geun-Hye se desculpou publicamente pelo vazamento de vários discursos presidenciais que ainda não tinham sido pronunciados. Os textos tinham sido dados à sua amiga Choi Soon-sil, apontada como uma "cartomante xamã", que também é suspeita de ter se apropriado de US$ 70 milhões de grandes empresas do país.
A conselheira xamânica também teria usado de sua influência junto ao governo para indicar seus próprios aliados para cargos no poder executivo sul-coreano, conforme noticiado pelo jornal The New York Times.
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Em outubro, Choi retornou à Coreia do Sul após um período na Europa – onde estava escondida desde que o escândalo veio a público – e pediu desculpas pelos seus "mal-feitos". Daí, o escândalo ganhou grandes proporções, resultando no impeachment de Park.