A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira (7) que nenhum malaio poderá deixar o país até a Malásia realizar uma investigação "imparcial" sobre o assassinato de Kim Jong-nam , irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte notificou a embaixada da Malásia em Pyongyang que não permitirá a saída de nenhum cidadão até que possa garantir a segurança de seu povo e diplomatas no país do sudeste asiático, segundo nota emitida pela agência de notícias estatal "KCNA".
A decisão acontece um dia após Pyongyang expulsar o embaixador da Malásia na Coreia do Norte e declará-lo "persona non grata" por suas constantes críticas à investigação sobre a morte de Jong-nam.
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Em nota, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, condenou a medida pedindo a liberação imediata dos cidadãos e afirmou que instruiu a polícia para também bloquear a partida de cerca de mil norte-coreanos "enquanto não ter a certeza da segurança dos nossos cidadãos". O governo malaio informou que há 11 malaios na Coreia do Norte.
Segundo o vice-ministro das Relações Exteriores, Reezal Merican, três são funcionários da embaixada.
Kim Jong-nam
Kim Jong-nam foi assassinado no dia 13 de fevereiro na aeroporto internacional de Kuala Lumpur, na Malásia, quando se preparava para uma viagem a Macau, no território chinês. Porém, foi envenenado por uma mulher enquanto aguardava na fila do check-in.
Resultados da autópsia do corpo da vítima mostram que Kim morreu em menos de 20 minutos, a caminho do hospital, de acordo com os investigadores malaios, que ainda afirmaram que uma mulher o atacou com o poderoso agente nervoso chamado VX, considerado uma arma química.
A jovem indonésia acusada de matar Kim Jong-nam revelou às autoridades que recebeu US$ 90 (cerca de R$ 280) pela ação e que achava que a ação se tratava de uma "pegadinha". De acordo com o vice-embaixador da Indonésia na Malásia, onde ocorreu o crime, a jovem Siti Aisyah, de 25 anos, disse que achava que o líquido era um "óleo para bebê".
O ministro da Saúde da Malásia, Dr. Subramaniam Sathasivam, disse no fim do mês passado que a morte de Kim “deve ter sido muito dolorida”.
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*Com informações da Ansa