Dois ministérios norte-coreanos orquestraram o plano para assassinar Kim Jong-nam por depois de uma ordem vinda diretamente de seu meio-irmão, o ditador norte-coreano Kim Jong-un, afirmou nesta segunda-feira (27) a agência de espionagem da Coreia do Sul.
Leia também: Cassinos e clubes adultos: a vida secreta do irmão assassinado de Kim Jong-un
Autoridades da inteligência sul-coreana disseram que o Ministério do Exterior e o Ministério de Segurança Nacional da Coreia do Norte recrutaram as duas mulheres suspeitas no assassinato de Kim Jong-nam, no último dia 13. O irmão de Kim Jong-un
foi envenenado no aeroporto de Kuala Lumpur, Malásia, enquanto fazia o check-in de viagem.
“O assassinato foi um ato sistemático de terror ordenado pelo presidente norte-coreano. A operação foi conduzida com dois grupos de assassinato e um grupo de apoio”, afirmou o legislador sul-coreano Kim Byung-kee.
Segundo as informações sul-coreanas divulgadas nesta segunda, os dois grupos trabalharam de maneira paralela para cumprir o planejamento do crime. Eles teriam se encontrado na Malásia pouco antes ao assassinato.
O primeiro grupo era composto pelo membro do Departamento de Segurança do Estado, Ri Jae Nam, e o ministro das Relações Exteriores, Ri Ji Hyon, que recrutou a vietnamita suspeita de ter realizado o crime, Doan Thi Huong (que vestia a camiseta escrito “LOL”).
Leia também: Suspeita de matar irmão de ditador da Coreia do Norte recebeu R$ 280 por ataque
Enquanto o segundo grupo era formado pelo também membro da Segurança do Estado, O Jong Gil, e o membro das Relações Exteriores, Hong Song Hac, que foram responsáveis pelo suspeito indonésio Siti Aisyah.
Além destes, também foi criada uma espécie de “grupo de apoio”, formado por funcionários da Embaixada, assim como funcionários da companhia aérea estatal Koryo e de uma empresa comercial privada.
O país negou mais de uma vez qualquer tipo de envolvimento na morte de Kim Jong-nam, acusando o vizinho do sul de “publicar falsas reportagens”.
O crime
Kim Jong-nam estava no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, no dia 13 de fevereiro, se preparando para uma viagem a Macau, no território chinês. Porém, enquanto aguardava na fila do check-in, teria sido envenenado.
Resultados da autópsia do corpo da vítima mostram que ela morreu em menos de 20 minutos, a caminho do hospital, de acordo com os investigadores malaios, que ainda afirmaram que uma mulher o atacou com um poderoso agente chamado “VX”. O ministro da Saúde da Malásia Dr. Subramaniam Sathasivam disse neste domingo (26) que a morte de Kim “deve ter sido muito dolorida”.
Leia também: 'Me espirraram algo': últimas palavras de Kim Jong-nam dão pistas de assassinato
Três pessoas estão sob custódia, incluindo duas mulheres do Vietnã e da Indonésia, que foram vistas nas imagens das câmeras de segurança, espirrando uma substância líquida no rosto de Kim.
A suspeita indonésia afirmou ao embaixador da Malásia que ela acreditava estar “participando de uma ‘pegadinha’ de TV quando espirrou a substância na cara de Kim”. De acordo com ela, afirmaram que o líquido se tratava de óleo de banho para bebês.
Porém, o chefe da polícia malaia, Khalid Abu Bakar, rejeitou a versão da história, afirmando que as duas mulheres foram “treinadas para esfregar o veneno no rosto da vítima”.
Autoridades da Malásia ainda estão segurando o corpo de Kim Jong-nam – e não o entregarão a Coreia do Norte (e a Kim Jong-un) até que recebam uma amostra de DNA, perfis dentários e marcas corporais para identificar a vítima.