Um dia após a cerimônia de posse do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de todo o mundo para protestar contra as declarações do magnata sobre as mulheres. Durante a sua campanha presidencial, Trump foi duramente criticado por apresentar uma postura sexista e machista.
A manifestação, chamada de Marcha das Mulheres se concentrou nas cidades norte-americanas , mas recebeu apoio de manifestantes de todos os continente do globo, inclusive da Antártida e de cidades brasileiras.
Em Londres, a maioria dos manifestantes eram mulheres, que saíram em passeata. O protesto
seguiu da embaixada dos Estados Unidos até a praça Trafalgar.
Hannah Bryant, 34 anos, funcionária de um museu, participou da marcha com a filha de 4 anos, e ambas usavam gorros rosas com orelhas, os "pussy hats", também usados por manifestantes dos Estados Unidos .
"Estive ensinando a ela sobre igualdade e preconceitos, quero que veja quanta gente acredita nisso", contou.
O ator Oliver Powell, 31 anos, disse que considera Trump uma "pessoa detestável". "Quero que a maioria dos americanos que não votaram nele saibam que têm apoio em todo o mundo".
"Não dá para acreditar que ele seja real", disse sua amiga Emily Chase, 36 anos.
Muitas manifestantes eram mães e filhas, que se uniram a sindicalistas, grupos feministas, organizações de defesa dos direitos civis e ao prefeito de Londres, Sadq Khan.
"É um sentimento de solidariedade: não em nosso nome", afirmou Jill Pickering, estudante americano de 56 anos. "Estou irritado, não votei em Trump", assinalou.
"Acredito que isso irá estimular os partidos liberais, os democratas (dos Estados Unidos) e os partidos de esquerda neste país que sofreram derrotas eleitorais. O que nos resta? Protestar", afirmou sua amiga Sarah Macdonald, 51 anos.
Segundo os organizadores, 100 mil pessoas participaram da marcha em Londres, embora nenhuma fonte independente tenha contrastado os dados, uma vez que a polícia não divulgou uma estimativa.
Em Paris, 2 mil pessoas se concentraram perto da Torre Eiffel com cartazes em que se lia "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", referindo-se ao lema francês.
"Estou aqui pelas mulheres e por todas as minorias, porque Trump é uma ameaça a toda a humanidade", afirmou a americana Kendra Wergin, de cerca de 30 anos.
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A brasileira Andreia Rossi, 39 anos, disse que se manifestava porque era mulher, e também porque desejava "protestar contra tudo o que Trump representa".
Por todo o mundo
Em Barcelona, Roma, Amsterdã e Genebra, também houve manifestações contra os comentários e as atitudes de Trump sobre as mulheres.
"Temos que defender os valores democráticos", afirmou Karen Olson, que organizou a marcha suíça, onde motoristas que passavam pelo local do protesto buzinavam em apoio.
Em Tel Aviv, cerca de 1 mil pessoas protestaram perto da embaixada americana, com cartazes com frases como "O ódio não é grande" em referência ao slogan de Trump: "Fazer os Estados Unidos grandes de novo".
Em Budapeste, 400 pessoas se solidarizaram com os manifestantes em Washington, algumas exibindo cartazes contra a construção do muro que Trump quer erguer na fronteira com o México.
Em Berlim, centenas de pessoas se concentraram em frente à embaixada dos Estados Unidos, gritando palavras de ordem em favor dos migrantes, em um país que recebeu cerca de 1 milhão de pessoas que fugiam da guerra e pobreza em 2015.
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Em Praga, a organizadora da passeata comentou: "Queremos expressar nosso apoio a valores como democracia, direitos humanos, meio ambiente e direitos das mulheres."
Em Johannesburgo, África do Sul, manifestantes exibiam cartazes em que se lia "A vida dos negros importa".
Na Austrália, milhares de pessoas foram às ruas em Sydney e Melbourne. Na Nova Zelândia, centenas de manifestantes, em sua maioria mulheres, se concentraram na capital, Wellington, e em Auckland.
* Com informações da Agência Brasil.