Crise política em Gâmbia pode causar nova guerra na África. Presidente derrotado em eleições não quer deixar cargo
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Crise política em Gâmbia pode causar nova guerra na África. Presidente derrotado em eleições não quer deixar cargo

Que o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deixará o governo nesta sexta-feira (20) para que o presidente eleito, Donald Trump, assuma o cargo, todo mundo sabe.

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No entanto, o que pouca gente ouviu falar na imprensa brasileira é que o atual presidente de Gâmbia, Yahya Jammeh, deveria deixar o cargo nesta quinta-feira (19) para outro assumir. Só que, resistente, ele não quer 'arredar o pé'.

Jammeh – que é presidente de Gâmbia desde que assumiu o poder por um golpe de estado em julho de 1994 – já anunciou que não deixará o governo, não sairá da residência oficial e, para se manter no cargo, declarou "estado de emergência" na nação.

Tal resistência pode levar a África a mais um conflito sangrento. Prova disso é que o governo do Senegal e da Nigéria já anunciaram que, caso a ordem democrática não seja respeitada em Gâmbia, eles irão atacar o país. 

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A Força Aérea nigeriana informou, através de sua conta no Facebook, que já enviou cerca de 200 militares, além de aviões, para o Senegal com a ordem de intervir se a transmissão do poder não for efetuada.

Além das duas nações, é possível que todos os 15 países que compõem a Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao), também enviem seus soldados para "resolver" a situação à força.

Crise na Gâmbia

A complicada situação política no  começou no dia 9 de dezembro, quando Jammeh, que havia felicitado Adama Barrow por sua vitória nas eleições, voltou atrás em sua decisão e disse que não iria reconhecer Barrow como vencedor do pleito.

O vencedor das eleições de dezembro informou através das suas redes sociais que irá prestar juramento nesta quinta-feira (19) como novo mandatário na embaixada de Gâmbia no Senegal até que Jammeh deixe o posto.

Desde a resistência do atual presidente, o país mergulhou em um caos político. Para se defender, Jammeh decretou o estado de emergência para evitar que o rival assumisse o cargo.

Por sua vez, as Forças Armadas do país estão divididas entre defender o atual mandatário ou o eleito pela população. Segundo as agências internacionais que atuam no país, muitos militares dizem que invadirão a residência oficial do presidente no caso dele não sair do posto.

Gâmbia é um do menores países do continente africano e fica na região Ocidental do continente. A nação conta com cerca de 1,6 milhões de habitantes e faz fronteira com o Senegal, sendo formado por diversas etnias.

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Nesta quinta-feira, dia do juramento do novo presidente, a situação na capital Banjul é calma. Poucos veículos estão circulando na cidade e a maior parte dos turistas já abandonou o país. Há relatos de que muitos moradores também deixaram Gâmbia por temer uma guerra civil nos próximos dias.

* Com informações da Agência Ansa.

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