Após divulgar que se entregaria ao governo dos Estados Unidos no caso da libertação de Chelsea Manning – ex-soldado transgênero condenada a 35 anos de prisão por ter vazado milhares de documentos sigilosos do governo norte-americano ao site WikiLeaks –, o ativista Julian Assange pode não se entregar, segundo seus advogados, já que as condições impostas para a extradição não foram respeitadas.
Segundo um de seus advogados, Barry Pollack, Assange acolheu "positivamente" a decisão do presidente Barack Obama de comutar a pena da ex-soldado, mas "isso é menos do que ele queria". "Ele tinha pedido [por meio do Twitter do WikiLeaks ] a graça e a libertação imediata", ressaltou Pollack.
Com o anúncio de terça-feira (17), Obama diminuiu o cumprimento da pena - que terminaria em 2045 - e anunciou que soltará Manning em 17 de maio deste ano. A ex-soldado foi condenada por vazar mais de 700 mil documentos secretos do país.
“Decepcionante”
O porta-voz do presidente eleito dos EUA, Sean Spicer, afirmou que a decisão do atual líder da Casa Branca, Barack Obama, de comutar a pena da ex-soldado Chelsea Manning é "decepcionante".
Snowden celebra decisão
O ex-analista de sistemas da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden, que foi responsável por vazar milhares de documentos sigilosos de espionagem dos Estados Unidos, agradeceu o presidente do país, Barack Obama, por ter comutado a pena da ex-soldado Chelsea Manning.
“Vamos dizer com sinceridade, com bom coração: obrigado, Obama!", afirmou o norte-americano no seu Twitter, também agradecendo a todas as pessoas que fizeram campanha pela libertação da ex-militar.
"Para todos que fizeram campanha para a clemência de Manning nestes últimos duros anos, obrigado. Vocês fizeram isso acontecer", escreveu o ex-analista na rede social.
+ "Vão embora": brasileiros relatam preconceito e medo a dias da posse de Trump
Snowden também mandou um recado para Manning ao saber da comutação da sua pena. "Em cinco meses, você estará livre. Obrigado pelo o que você fez por todo mundo, Chelsea. Continue forte por mais um tempo!", comemorou o norte-americano que atualmente está exilado na Rússia e teve seu pedido de asilo entendido pelas autoridades russas.
Já Assange, por meio do Twitter do WikiLeaks, agradeceu a todos que participaram da campanha em favor de Chelsea Manning e elogiou a ex-soldado. "Sua coragem e determinação tornaram possível o impossível”.
* Com informações da Ansa