O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesse domingo (8) um aumento de 50% no salário mínimo, que sobe para 40.638 bolívares (US$ 60, na taxa oficial mais alta, e US$ 12, na cotação do mercado negro).
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"Para começar o ano, decidi pelo aumento. Seria, se levarmos em conta o aumento que dei em janeiro de 2016, o quinto em um ano", disse o presidente da Venezuela , na primeira transmissão de 2017 de seu programa semanal no canal estatal VTV .
O salário é complementado com um bônus de alimentação de 63.720 bolívares (US$ 93, na taxa oficial). O aumento inclui os aposentados, acrescentou Maduro.
Os aumentos sucessivos decretados pelo governo foram devorados pela inflação, estimada em 475% em 2016 , e pela perda de valor do bolívar frente ao dólar.
Além do alto custo de vida, os venezuelanos sofrem com a escassez de alimentos e remédios.
Para combater o desabastecimento, Maduro anunciou um plano destinado a criar "um sistema de lojas" que venderão produtos básicos a preços subsidiados, controlado pelos comitês locais de Abastecimento e Produção (Clap), organizações municipais que distribuem comida em áreas populares.
Segundo o presidente, as lojas estarão localizadas nas 45 cidades mais povoadas do país.
Fronteira com o Brasil
Na última sexta-feira (6), Maduro anunciou que iria reabrir em definitivo a fronteira entre Brasil e Venezuela , que estava parcialmente bloqueada. Com isso, o trânsito de pessoas e o tráfego de automóveis e mercadorias voltaram a ser normalizados, inclusive para a saída de cidadãos venezuelanos.
A secretária extraordinária de Relações Internacionais do governo de Roraima, Verónica Caro, afirma que a demanda de pessoas para cruzar a fronteira havia diminuído nos últimos dias, depois que o presidente da Venezuela liberou parcialmente a travessia pela divisa, que havia sido totalmente fechada no dia 13 de dezembro. A reabertura parcial foi feita na volta do feriado de Ano Novo.
Os setores de importação e exportação dos dois países já estão reativados e o posto de combustível internacional de Santa Elena de Uiaren, no país vizinho, também foi reaberto na terça-feira (3), no período da manhã. “Estamos trabalhando para que nunca mais haja o fechamento das fronteiras”, ressaltou Verónica Caro.
O fechamento do posto internacional gerou forte reação nas redes sociais, pois é o único que abastece Pacaraima, principal cidade brasileira que faz fronteira com o país comandado por Maduro. Sem gasolina, o comércio e o trânsito de Pacaraima ficaram praticamente paralisados.
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Maduro decidiu fechar a fronteira entre Venezuela e Brasil em 13 de dezembro. Segundo o decreto, o fechamento, inicialmente previsto para durar 72 horas, foi necessário para combater o contrabando de cédulas nacionais por máfias dos dois países.
* Com informações da Agência Brasil.