O Parque da Cidade, localizado no centro de Belém, tornou-se o epicentro das obras que transformarão a capital paraense na sede da COP 30 . O espaço, com 500 mil m², já recebe visitantes desde julho, mas vive a rotina intensa de canteiro de obras. Máquinas e trabalhadores atuam na montagem das estruturas que, em novembro de 2025, irão abrigar líderes mundiais, negociadores e representantes de quase 200 países .
Segundo Adler Silveira, secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, as intervenções foram pensadas para gerar impacto duradouro. “A palavra que a gente traz, tanto do governo do Estado quanto do Governo Federal, é legado. Tivemos o cuidado de preparar a cidade, não só para o momento do evento, mas para que Belém fique com um patrimônio de obras, capacitação profissional e serviços reestruturados”, afirmou durante vistoria.
Estrutura permanente e uso social
Metade do Parque da Cidade já foi entregue e contabiliza cerca de 500 mil visitantes em dois meses. Entre as áreas abertas estão ciclovias, pista de skate, parque aquático infantil e prédios voltados à gastronomia e à economia criativa.
Todos os equipamentos serão integrados à programação da COP, mas foram projetados para uso contínuo da população após o encerramento do evento.
Silveira ressaltou que o impacto vai além da infraestrutura física. O programa Capacita Pará já formou mais de 20 mil trabalhadores, entre taxistas capacitados em inglês e camareiras treinadas para atender ao fluxo internacional esperado.
“Esse conhecimento fica. A cidade ganha profissionais preparados, hotéis mais estruturados e serviços duradouros”, destacou.
Investimentos e desafios logísticos
O Governo Federal investe cerca de R$ 5 bilhões na preparação de Belém, distribuídos em mais de 40 projetos, incluindo a revitalização do Mercado Ver-o-Peso, a urbanização de canais e melhorias em áreas históricas.
Olmo Xavier, diretor de infraestrutura da Secretaria Extraordinária para a COP 30, frisou a importância diplomática da conferência.
“A COP é maior que a Assembleia Geral da ONU. Vamos receber 198 países. É um desafio logístico e de sensibilidade diplomática imenso, mas Belém estará preparada”, afirmou.
O evento terá duas áreas principais: a zona azul, com 160 mil m² de estruturas temporárias que receberão as plenárias e salas de negociação, e a zona verde, dedicada a organizações não governamentais, empresas e sociedade civil. O plenário principal, com 4.250 m², encontra-se em fase final de obras.
Contagem regressiva para novembro
De acordo com Xavier, 90% das obras estão em andamento e dentro do cronograma. O credenciamento das delegações deve ocorrer ainda em outubro de 2025, e a abertura oficial está marcada para 10 de novembro.
“Não vemos atrasos. A programação é detalhada e as estruturas temporárias são concluídas próximas ao evento. A cidade terá condições de receber todas as delegações”, garantiu o diretor.
Com prazos apertados e grande expectativa internacional, Belém acelera sua transformação. O Parque da Cidade, símbolo das intervenções, será palco do principal encontro global sobre mudanças climáticas, mas sobretudo, um legado permanente para os moradores da capital paraense.