Houve aumento de 132% de queimadas em agosto de 2024. Desde o começo do ano, o Amazonas já registrou mais de 21 mil focos de incêndio.
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Houve aumento de 132% de queimadas em agosto de 2024. Desde o começo do ano, o Amazonas já registrou mais de 21 mil focos de incêndio.


O Brasil registrou queda de 12% nas  emissões de gases estufa em 2023, de acordo com dados divulgados pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa  (SEEG) do Observatório do Clima, nesta quinta-feira (7).

Comparado com 2022, a redução foi de 300 milhões de toneladas desses gases , considerada a maior queda em 15 anos. Em agosto de 2024, não contabilizado no estudo, as  queimadas tiveram alta de 132% na Amazônia.

Conforme o estudo, no ano passado o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gases estufa, enquanto em 2022 o número foi de 2,6 bilhões. É a maior queda percentual desde 2009, quando o país emitiu a menor quantidade da série histórica iniciada em 1990.

O principal responsável pela redução foi a queda do desmatamento na Amazônia . O dado mais recente divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta quarta-feira (6), mostra que o desmatamento caiu 30% na região da floresta.

Apesar da queda no recorte geral, as emissões de gases estufa aumentaram em outros biomas no último ano: 86% no Pantanal, 23% no Cerrado, 11% na Caatinga e 4% na Mata Atlântica. Além da Amazônia, o Pampa registrou diminuição de 15%, embora o bioma seja responsável por apenas 1% do total de emissões.

Destaques

Com base nos dados divulgados, 98% do total de emissões brutas em 2023 vem do desmatamento , com 1,04 bilhão de toneladas de gases estufa emitidos. O Brasil é o quinto maior emissor do mundo, responsável por 3,1% das emissões globais, atrás de China (26%), EUA (11%), Índia (7%) e Rússia (4%).

As mudanças do uso da terra respondem pela maior parte das emissões brutas do país em 2023, com 46%. Depois, vem o setor da agropecuária (28%), energia (18%) e resíduos (4%). Os cinco estados brasileiros que mais emitem gases estufa são: Pará (13,6% do total), Mato Grosso (13%), Maranhão (7,6%), Minas Gerais (7,4%) e São Paulo (6,7%).

As mudanças do uso da terra foram responsáveis pela maior parte das emissões brutas, representando 46% do total (2% a menos que no ano anterior). Apesar disso, o setor teve uma queda de 24% nas emissões.

Crescimento na agropecuária

O setor agropecuário teve o seu quarto recorde consecutivo de emissão de gás carbônico (CO2), com 2,2% de aumento em 2023. Foram cerca de 631 milhões de toneladas de CO2, contra 617 milhões em 2022. O aumento é gerado pela ampliação do rebanho bovino, uso de calcário e fertilizantes sintéticos nitrogenados.

Na agropecuária são contabilizadas as emissões provenientes da digestão dos animais, que emite metano e da queima e manejo dos resíduos agrícolas de alguns cultivos.


A pesquisa do SEEG afirma que “somando as emissões por desmatamento e outras mudanças de uso da terra para produção agropecuária com as do setor agropecuário, conclui-se que a atividade agropecuária responde por 74% de toda a poluição climática brasileira”.

Outros setores também registraram aumento no ano passado: energia (1,1%), com 420 milhões de toneladas de CO2 emitidas, e processos industriais (0,9%), com 91 milhões de toneladas.

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