Na manhã deste sábado (9), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu que os países em desenvolvimento assumam a liderança de um processo para deixar de lado o uso do petróleo e de outros combustíveis fósseis. A fala da ministra se deu na plenária da COP28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Na ocasião, Marina também afirmou que o sucesso da COP30, prevista para ocorrer me Belém (PA), em 2025, depende dos resultados da conferência atual.
“Se por um lado é clara a necessidade de que todos os países coloquem o pé no acelerador das energias renováveis, por outro, precisamos fazer inadiável e simultâneo esforço de países produtores e consumidores para tirar o pé do acelerador das energias fósseis. O esforço é de todos, mas os países desenvolvidos devem liderar este processo de desaceleração”, afirmou.
No discurso, a líder da pasta do Meio Ambiente reforçou o posicionamento do governo brasileiro, que defende que os países ricos sejam os primeiros a cortar a produção e consumo de petróleo.
Como já foi dito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outras ocasiões, o posicionamento defende que as nações mais ricas devem tomar o primeiro passo por serem, historicamente, as que mais emitiram gases do efeito estufa e por deterem mais recursos e tecnologias que peritem uma transição mais rápida para fontes de energia limpa.
Hoje, a ministra também defendeu a criação de um órgão específico para se responsabilizar por esse processo de transição.
“Penso ser fundamental criar na esfera da UNFCCC, instância de discussão e negociação para tratar desse tema com a requerida urgência. As respostas que levam em conta as diferenças e circunstâncias nacionais e as alternativas de desenvolvimento social e econômico, principalmente para os mais fragilizados”, acrescentou.
Na ocasião, Marina ainda falou sobre a COP que o Brasil irá receber em dois anos.
“Em 2025, o Brasil receberá a COP30, na cidade de Belém. O sucesso desse encontro dependerá de conseguirmos aqui na COP28 aprovar um Balanço Geral alinhado com 1,5ºC em todas as suas dimensões: nas ações pré-2030, nas recomendações para as futuras NDCs, no compromisso dos novos financiamentos e meios de implementação e em um Objetivo Global de Adaptação condizente com os riscos reais, sobretudo para as populações mais vulneráveis”, afirmou.