Caracas testemunhou nesta sexta-feira (8) um ato público liderado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que assinou decretos em celebração à aprovação do referendo sobre a anexação de Essequibo.
O evento marcou a oficialização de diversas medidas que refletem o resultado do plebiscito feito na Venezuela no último domingo (3).
Dentre os decretos assinados por Maduro, destacam-se a criação do estado de Guiana Essequiba, o estabelecimento de uma comissão para discutir estratégias até 2030 e a formação de um Alto Comissariado para a Defesa de Guiana Esequiba.
Além disso, foi oficializado um novo mapa da Venezuela que incorpora Essequibo, bem como a criação de um setor específico da PDVSA para a região, com concessões para exploração de gás, petróleo e mineração.
Outras medidas incluem a designação de uma autoridade exclusiva para Guiana Esequiba, a criação de uma Zona de Defesa Integral, um plano de assistência social, um censo e a entrega de carteiras de identidade à população.
O novo mapa da Venezuela também será incorporado às instituições educacionais do país.
Durante o discurso para milhares de presentes, Maduro enfatizou a importância dos decretos e a participação popular no referendo.
Ele utilizou o novo mapa oficial que reflete a inclusão de Essequibo ao território venezuelano como parte integrante da soberania do país.
Maduro propôs esses decretos à Assembleia Nacional no início desta semana, e a resposta da população no referendo de anexação, que indicou que 95% dos votantes desejam a incorporação de Essequibo ao território venezuelano.
Enquanto Maduro celebrava os decretos em Caracas, a Venezuela reagia às manobras militares dos Estados Unidos em Essequibo e Guiana, classificando a postura americana como provocativa.
O presidente anunciou planos de viagem a Moscou nos próximos dias, buscando avaliar a situação e discutir possíveis estratégias diante da tensão geopolítica na região.
A disputa histórica por Essequibo entre Venezuela e Guiana remonta a mais de um século, intensificada recentemente pela descoberta de reservas significativas de petróleo na região. Ambos os países reivindicam direitos com base em documentos internacionais, agravando uma questão já complexa.
A Guiana, impulsionada por suas reservas de petróleo, se destaca como o país sul-americano de maior crescimento econômico. Com 11 bilhões de barris de petróleo, especialmente "offshore" perto de Essequibo, o país atrai investimentos e se torna um player importante na geopolítica regional.
O cenário diplomático atual envolve o Brasil, que mantém uma abordagem diplomática, mantendo diálogos com ambas as partes. Enquanto isso, os EUA expressam apoio claro à Guiana, desafiando as reivindicações da Venezuela.