Uma em cada três árvores na natureza enfrenta risco de extinção, de acordo com um relatório divulgado pela Botanic Gardens Conservation International (BGCI), nesta quarta-feira. O levantamento da organização, que tem sede em Londres, mostra que há 17,5 mil espécies em perigo em todo o mundo.
O Brasil ocupa a segunda posição no ranking de países com mais árvores ameaçadas. No país foram detectadas 1.788 espécies em risco, o que representa 20% do total. O topo da lista é ocupado por Madagascar. O país africano tem 1.842 espécies em perigo de serem extintas.
"Temos cerca de 60.000 espécies de árvores no planeta e, pela primeira vez, sabemos quais dessas espécies precisam de ações de conservação, quais são as maiores ameaças para elas e onde estão", disse Malin Rivers, do BGCI, em entrevista à BBC.
Agricultura, a maior ameaça
Segundo o estudo, cerca de 142 espécies de árvores já desapareceram da natureza. Outras 442 estão prestes a serem extintas. Essas últimas têm menos de 50 unidades atualmente.
Para a BGCI, as maiores ameaças às árvores em todo o mundo são a agricultura (afeta 29% das espécies), a extração de madeira (27%), a pecuária (14%), o desenvolvimento urbano e comercial (13%), os incêndios (13%), a produção de energia e mineração (9%), plantações de madeira e celulose (6%), espécies invasoras (5%) e mudanças climáticas (4%).
Segundo a BBC, pesquisadores destacam que milhares de espécies ameaçadas estão em países com as maiores biodiversidades do planeta. Entre eles, Brasil, Colômbia, Indonésia, Malásia, Venezuela e China.
"Para um planeta saudável, precisamos de diversidade de espécies de árvores", afirmou Sara Oldfield, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), à BBC. "Cada espécie de árvore tem um papel ecológico único a desempenhar. Com 30% das espécies de árvores do mundo em perigo de extinção, precisamos urgentemente aumentar as ações de conservação", acrescentou.
Para reverter esse quadro, especialistas indicam medidas a serem tomadas. A principal delas é a preservação das florestas existentes e a expansão das áreas protegidas. Também são recomendados trabalhos de reflorestamento e manutenção de espécies ameaçadas de extinção em jardins botânicos ou bancos de sementes.