O governo dos Estados Unidos tem cobrado o Brasil em relação a compromissos claros e imediatos na questão ambiental, principalmente para combater o desmatamento ilegal no país. O Brasil tem dito explicitamente que espera que nações ricas, como os Estados Unidos, ofereçam apoio financeira pelo compromisso com a preservação da Amazônia. No entanto, o país disse que "os níveis de desmatamento persistem". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .
"Queremos ver coisas tangíveis para aumentar o cumprimento da lei contra o desmatamento ilegal. Queremos ver um sinal político de que desmatamento ilegal não será tolerado. E queremos ver uma diminuição real esse ano, não esperar cinco ou dez anos", afirmou um integrante do Departamento de Estado norte-americano em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira (29). O presidente dos EUA, Joe Biden
, espera que o Brasil apresente medidas na cúpula de líderes para o clima em abril, organizada pelo próprio mandatário.
Os dois governos têm conversado sobre os compromissos ambientais brasileiros desde o dia 17 de fevereiro, quando o enviado Presidencial Especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry, falou ao telefone com o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
A Casa Branca tem reforçado que o Brasil pode perder investimentos e espaço para suas exportações se não mudar de posição, já que muitos governos e empresas têm buscado fazer contratos com países alinhados à causa. Segundo a publicação, nos bastidores, o governo norte-americano demonstra que os sinais enviados pelo Brasil ainda não são suficientes para despertar a confiança da comunidade internacional. "Nós não dizemos 'esse é número para esse ano' (que esperam de redução do desmatamento), mas temos a visão muito forte de que esse não é um programa no qual não se faz nada por uma década e, de repente, em 2030, faz tudo. Isso não vai funcionar", disse o integrante do governo americano.
O compromisso de zerar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030 foi firmado no Acordo de Paris, adotado pelos Estados Unidos novamente durante o governo de Biden após o país ter sido retirado na gestão do ex-presidente Donald Trump.