O Brasil conseguiu diminuir em 11% o número de mortes causadas em acidentes em 2015. De acordo com o balanço feito com os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, há dois anos 38.651 foram vítimas do trânsito, poupando mais de 5.000 vidas em um ano, comparando com o total de 2014, quando os óbitos somaram 43.780.
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Entre as causas mais comuns que provocam mortes no trânsito , as que tiveram maior redução em vítimas fatais foram por acidentes com automóveis, que caíram 23,9% nos últimos 12 meses, e atropelamentos, que diminuíram 21,5%.
São Paulo foi o estado que mais poupou vidas, seguido pelo Rio de Janeiro e Bahia. “É um registro de redução que deve ser perseguido por todos. Acidente de trânsito é um problema que precisa ser enfrentado com muita clareza e determinação de toda a sociedade, pois causa danos às famílias que acabam perdendo seus entes queridos”, alertou o Ministro da Saúde, Ricardo Barros.
No entanto, a relação dos estados mais perigosos no tráfego é liderada por Paraíba, Sergipe e Roraima, que aumentaram os óbitos no ano de 2015.
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Mudanças de hábitos
Para a pasta da Saúde, as reduções são reflexo de medidas de fiscalizações, incentivadas com a lei seca, que completou nove anos de vigência em 2017. Aplicada rigorosamente em muitas regiões, a multa, que pesou no bolso dos brasileiros que infringiram a lei e misturaram bebida e direção, serviu para modificar o comportamento dos motoristas e conscientizar os riscos que essa imprudência pode causar.
Hoje, quem ingerir qualquer quantidade de álcool e for surpreendido pela fiscalização de trânsito pagará multa de R$ 2.934,70 e terá a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação por 12 meses. Em casos de reincidência, o valor da penalidade dobra.
Outro motivo que pode ter colaborado para esse resultado foi a desaceleração da economia. De 2014 a 2015, o aumento da frota de veículos automotivos no país ficou em 4,6%, bem abaixo do registrado de 2010 a 2015, quando a frota total de veículos triplicou.
A municipalização do trânsito, que é a integração do município ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), também tem papel fundamental nessa redução, já que, com a responsabilidade passando a ser local, as cidades podem criar órgãos executivos de trânsito. Os municípios que adotaram essa estratégia houve maior redução do número de óbitos por acidentes de trânsito, com queda de 12,8%. Nos demais, a queda foi menor, 8,9%.
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