A CPI da Covid aprovou nesta sexta-feira uma série de requerimentos, dentre eles a convocação de representantes do Google, responsável pelo YouTube, do Facebook e do Twitter. O requerimento foi protocolado na semana passada pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O objetivo é pedir explicações às empresas sobre a falta de posicionamento e ação diante da propagação de informações falsas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre a pandemia da Covid-19 nessas plataformas. Segundo Randolfe, o conteúdo publicado por Bolsonaro gera "consequências reais e dificultam o combate à pandemia", a exemplo da divulgação do uso da cloroquina e da defesa da imunidade de rebanho natural, sem vacina.
Bolsonaro defendeu a imunidade rebanho sem vacinas em uma "live" na semana passada, na quinta-feira, 17. "Todos que contraíram o vírus estão vacinados", disse o presidente. Ele ainda disse que a contaminação é mais eficaz do que a vacinação porque as pessoas entraria em contato com "o vírus para valer".
Ao apresentar o requerimento, Randolfe ainda citou o ex-presidente do Estados Unidos que "por muito menos, foi banido do Facebook", segundo ele.
Ao todo, 58 requerimentos, entre quebras de sigilo, pedidos de informação, convites e convocações de novos depoentes foram votados nesta quarta. Agora, a CPI avança a investigação sobre suspeita de compra superfatura da vacina Covaxin pelo governo Bolsonaro.
Dentre os requerimentos aprovados relacionados ao assunto está a convocação do servidor Luís Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde, para explicar a pressão que diz ter sofrido para liberar a importação da vacina Covaxin. O depoimento dele já será ouvido na próxima sexta-feira, 25. Ele será ouvido junto do irmão, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), que pediu para estar presente na CPI. O deputado afirma ter alertado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as irregularidade na negociação com a Covaxin.
Também foram aprovadas a convocação do tenente-coronal Alex Lial Marinho, braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello. Ele teria sido um dos pressionadores para a compra da Covaxin. Ele também terá quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático.
A compra da Covaxin entrou no radar da CPI por compra de dose a R$ 80, a mais cara de todas as vacinas adquiridas pelo Brasil, com suspeita de caso de corrupção.
A comissão parlamentar ainda aprovou o depoimento secreto do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel , que disse ter informações sigilosas para passar aos senadores.