Universidade de Coimbra, em Portugal
Divulgação - 26.09.2022
Universidade de Coimbra, em Portugal

Licenciada em Relações Internacionais e mestranda em Negócios Internacionais , Bárbara Tenório, de 20 anos, atualmente mora no Canadá, mas foi em Portugal que o sonho de  cursar uma universidade se realizou após o término do ensino médio no Brasil, em 2018.

Segundo a jovem, ela descobriu que poderia usar sua nota do Enem e se candidatar em vagas de universidades em Portugal logo após a sua  inscrição no Sistema de Seleção Unificada ( SiSU ).

“Eu estava esperando o resultado, meu pai chegou em casa e comentou que isso [se candidatar para estudar em universidades portuguesas] poderia ser feito e eu fui pesquisar um pouco mais. Aí, calhou que algumas universidades já estavam com inscrições abertas, eu fui apliquei. E, só de fato, quando passou nas universidades que eu fui ver em qual ia, onde ia ficar, os valores, se ia poder, e por aí vai”, relata.

A brasileira Bárbara Tenório durante os estudos em Portugal
Arquivo pessoal
A brasileira Bárbara Tenório durante os estudos em Portugal

Bárbara está entre os milhares de jovens que resolveram estudar no país lusitano. Segundo dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) do Ministério da Educação de Portugal, nos últimos cinco anos, a procura de brasileiros para estudar em Portugal aumentou 123%.

Atualmente, o Brasil é o país com mais estudantes fora do continente europeu em Portugal. No mundo, fica atrás apenas da França que registrou um aumento de 340% e da Guiné-Bissau com um aumento de 1085%.

Em entrevista exclusiva ao Portal iG , o português Gonçalo Fernandes, Gestor do projeto Universities Portugal e Vice-reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), contou que entre os diversos fatores que fazem com que os estudantes procurem as universidades portuguesas o maior deles é a segurança que o país oferece e a credibilidade de estar estudando em uma instituição europeia, além do custo beneficio que, segundo ele, é relativamente baixo.

“Há diversos motivos que faz com que os jovens brasileiros venham para Portugal. O número um deles eu posso dizer que é a segurança, em Portugal, a criminalidade é muito baixa. O outro motivo é que ambos os países [Brasil e Portugal] falam português, isso ajuda muito, já que não se tem barreiras nesse quesito, além, claro, do custo benefício que é baixo e o diploma que tem reconhecimento em toda União Europeia”, afirmou Fernandes.

Segundo Gonçalo, um outro fator importante é que as instituições portuguesas, em sua maioria, consideram a nota do ENEM como vestibular o que atrai ainda mais estudantes para o país.

Além desses quesitos citados por Gonçalo, o que, segundo Bárbara, motivou ainda mais seus estudos no país foram os benefícios como estudante internacional em Portugal que dá acesso facilitado à Europa e ao trabalho no continente.

“Ao meu ver, os benefícios como estudante internacional é um acesso mais fácil à Europa, ao emprego na Europa...e o sistema da União Europeia que permite o intercâmbio cultural muito mais fácil. Eu sinto que eu tive acesso a muito mais oportunidades de contato com pessoas relevantes ao meu curso do que eu teria no Brasil”, explica.

Segundo o Global Peace Index de 2022, Portugal é sexto país no ranking entre os mais seguros do mundo e o quinto da Europa. Islândia e Nova Zelândia ocupam os dois primeiros lugares, seguidos pela Irlanda, Dinamarca e Áustria, em uma lista de 163 países.

De acordo com o gestor do projeto Universities Portugal, há uma procura maior por determinadas cidades no país pelos brasileiros que vão estudar em terras portuguesas, no entanto, pouco a pouco as coisas estão mudando.

“Hoje, as cidades mais buscadas em Portugal são Porto, Lisboa, Coimbra e Braga. Mas, as cidades do interior que tem um custo benefício muito mais baixo que os grandes centros, como Lisboa por exemplo, estão começando a receber muitos estudantes, além de nessas cidades a criminalidade ser praticamente zero, o que influencia ainda mais na escolha”, afirma.

Gonçalo esclarece, ainda, que o investimento financeiro feito pelo estudante pode variar, por isso é bom colocar tudo no papel antes de ir estudar no país.

“Vai de acordo com a universidade, falando das públicas, vai variar muito do curso e da universidade que ele [o estudante] escolheu, mas os valores de uma licenciatura, de um mestrado ou doutorado varia entre 1250 euros a 3500 euros anuais”, explana.

Foi o que fez Bárbara antes de ir para Portugal em agosto de 2019. Ao chegar no país, a estudante percebeu diferenças entre o ensino de Portugal com o do Brasil, mas afirma que é tudo uma questão de adaptação.

“Os testes, os modelos de testes não têm muita múltipla escolha como acontece no ensino médio, a gente faz muita múltipla escolha no Brasil. E depois, tem a questão do ENEM, os testes nas áreas de humanas são muito de escrever, você vai redigir textos de duas a três páginas...e tem que saber ‘casar’ todo assunto”, descreve.

Sobre a importância do diploma europeu no currículo, a estudante afirma que ainda não teve oportunidade de aplicar o seu conhecimento em vagas e oportunidades no Brasil, mas aponta as diversas vantagens de ter conquistado o diploma português.

“Vendo de uma perspectiva geral, o diploma internacional mostra que você conseguiu lidar com uma cultura diferente, com um ambiente diferente e, ainda sim, concluir uma formação acadêmica. Isso mostra que você tem habilidades de comunicar, de lidar com uma outra cultura, um outro espaço sem nenhum problema, se torna uma habilidade. Eu vejo isso como, realmente, uma forma de mostrar que você é aberto ao mundo ao seu redor”, conclui.

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