Na tarde desta quarta-feira (10), os estudantes de Medicina da Universidade Santo Amaro ( UNISA ), em São Paulo, organizaram uma manifestação contra uma série de medidas adotadas pela instituição, que, segundo eles, não foram comunicadas aos alunos, entre elas estão a suspensão de aulas, o aumento da mensalidade e a demissão de professores .
Mais de 430 estudantes e 95 carros ocuparam o Campus Interlagos durante o protesto. Pregados na placa de entrada da instituição, cartazes exigiam respostas e organização da reitoria. "Estamos há 1 ano sem respostas", "médicos não se formam sem aulas" e "cadê a reitoria?" eram alguns dos escritos.
Em nota enviada ao Portal iG , o Centro Acadêmico Rubens Monteiro de Arruda (C.A.R.M.A.) informou que os alunos iniciaram um movimento de protesto contra a UNISA devido às "péssimas condições do Curso de Medicina ". A decisão foi tomada a partir de uma assembleia geral extraordinária realizada nesta segunda-feira (08). Entre os motivos citados no texto estão a falta de aulas, abandono dos alunos do internato e mensalidades "exorbitantes incompatíveis com o ensino disponibilizado".
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"Estamos tendo aulas EAD (Ensino à Distância) , mas até essas estão uma bagunça. Os cronogramas não estão sendo seguidos como deveriam e estamos com muitas falhas de coordenação", disse uma das alunas, que preferiu não ser identificada.
De acordo com a nota, a manifestação teve início ainda nesta terça-feira (9) e contou com a presença de mais 300 alunos. Como os estudantes não obtiveram uma resposta, realizaram um novo protesto e buzinaço nesta quarta. As imagens e vídeos do evento circulam pelas redes sociais.
Em uma das fotos, é possível ver um homem armado em frente à instituição. De acordo com a estudante, ele estava no carro da Polícia Civil e era acompanhado de um policial, reconhecido por ela em razão do distintivo. "Não sabemos quem chamou e vimos os seguranças do campus conversando com eles", afirmou a aluna.
Ainda segundo o texto, os alunos alegam que a reitora da universidade, Dra. Luciane Lúcio Pereira, se recusa a receber os representantes do Centro Acadêmico para buscar soluções para a situação. A insatisfação dos estudantes foi levada ao Ministério da Educação para a abertura de procedimento de supervisão ordinária, protocolado no último dia 02, elencando uma série de irregularidades no curso, podendo resultar na suspensão do vestibular de Medicina da UNISA.
Conforme os alunos, enquanto os pontos enumerados não forem resolvidos com urgência, eles continuarão com os protestos. O Portal iG tentou entrar em contato com a UNISA, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.