Sala de aula
Amanda Perobelli
Sala de aula

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro divulgou nesta quarta-feira (17), a lista das 38 escolas que retomarão as aulas presenciais na próxima quarta-feira (24). Essas escolas, de acordo com a pasta, atenderam aos critérios de infraestrutura e sanitários necessários para que possam novamente receber os alunos em salas de aula. Os critérios para a volta às aulas presenciais foram divulgados na semana passada.

Entre as condições necessárias para o retorno estão o distanciamento de 1,5 metro entre as carteiras; janelas ou portas que possam ser mantidas abertas; bebedouros adaptados com torneira para enchimento de copos e garrafas; disponibilização de álcool em gel e de máscaras para eventual reposição. O cronograma de retorno, conforme calendário anunciado pela prefeitura do Rio, começa com a pré-escola, 1º e 2º anos do ensino fundamental, a partir do dia 24 de fevereiro.

No dia 17 de março, será a vez das turmas do 3º ao 5º anos do ensino fundamental, além do 6º ano Carioca, 9º ano, e Carioca II. Na última fase, a partir de 31 de março, retomam as atividades de forma presencial creches, as turmas do 6º ao 8º ano, Educação de Jovens e Adultos e Classe Especial. O ensino remoto começou no último dia 8, por meio da TV Escola.

“Não iremos pular etapas, as escolas precisam estar aptas para isso, no que diz respeito ao protocolo sanitário, ao reestabelecimento de serviços, às condições adequadas. A cada semana teremos o anúncio de escolas [que poderão reabrir], mas a ideia é abrir todas as escolas o quanto antes dentro das condições que a escola tem. Temos a urgência com isso, mas a urgência não se reflete de forma alguma em irresponsabilidade, muito pelo contrário, é questão de responsabilidade que possamos fazer o retorno presencial seguro”, diz o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, em coletiva de imprensa nesta manhã.

Segundo Ferreirinha, a rede municipal conta com 1.543 unidades escolares, entre escolas, creches e espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs). “Não tem escola que a gente chegou e estava em perfeitas condições”, diz. A secretaria mapeou um total de 48 unidades em situação considerada crítica e outras 432 em situação intermediária. A lista com essas unidades será divulgada até o final da semana.

“Herdamos uma rede que tem muitos pontos positivos especialmente no que diz respeito ao pessoal. Temos profissionais incríveis que fazem inovação, que tiram coisas da cartola para conseguir fazer com que a aprendizagem possa ser mantida e fazer com que o vínculo seja cada vez mais fortalecido com os alunos. Mas, no que diz respeito à infraestrutura, existem vários desafios. A rede está muito fragilizada nesse sentido”, acrescenta.

O retorno às aulas presenciais não é obrigatório. A secretaria entrará em contato com os responsáveis pelos estudantes matriculados nas escolas que forem retomando as aulas. De acordo com Ferreirinha, dos 7.730 que poderão voltar às aulas presenciais na semana que vem, 4.401 já se manifestaram e, deles, 82% desejam retornar presencialmente. As aulas remotas serão mantidas e, segundo o secretário, aperfeiçoadas.

Até mesmo aqueles que optarem por ir à escola terão parte das aulas de forma remota, uma vez que a jornada escolar será reduzida no modo presencial. O ensino será ofertado online, por aplicativo, pela televisão e também por meio de materiais impressos.

“Nenhum estudante ficará desamparado nesse momento tão crítico. A melhoria da qualidade do [ensino] remoto também é obsessão da nossa parte, para que a gente possa ter um remoto que funcione de fato. Não um remoto que seja pro forma, não um remoto que você ligue a TV e não tenha intencionalidade, que receba material e não saiba o que fazer e que esteja formando uma geração de analfabetos funcionais”, diz o secretário.

O secretário esclarece também que, caso haja o agravamento da pandemia , as escolas poderão ser novamente fechadas. Ele defende, no entanto, que a educação seja priorizada. “O que a gente vem colocando é que as escolas devem ser as últimas a serem fechadas e as primeiras a abrir”.

 No último dia 30, em assembleia e votação online convocadas pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro ( Sepe ), profissionais de educação da rede municipal decidiram deflagrar a Greve Pela Vida contra o retorno das atividades presenciais nas escolas, mas com a manutenção do trabalho remoto.

A categoria decidiu que o profissional que for convocado para o trabalho presencial não deve comparecer à escola. “Professores e funcionários estão apreensivos por conta da variante do vírus e reafirmamos que não é hora de voltar”, diz um dos coordenadores do Sepe, Alex Trentino.

“[A categoria] está em greve contra o trabalho presencial, a gente continua defendendo a continuidade do trabalho remoto pela preocupação que temos com nossos alunos, para não perder o vínculo, mas somos contra a volta do trabalho presencial”, acrescenta.

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