Candidatos apontaram falhas no respeito às orientações de distanciamento
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Candidatos apontaram falhas no respeito às orientações de distanciamento

Candidatos e pais criticaram a falta de protocolos sanitários em diferentes centros de aplicação da edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo. Apesar dos relatos de diminuição no movimento de vestibulandos em comparação com os anos anteriores, aglomerações e falhas na organização de salas de aula foram registradas em diferentes cidades em meio à pandemia da Covid-19 .

No Rio, candidatos se aglomeraram em filas para acessar os elevadores a Universidade Santa Úrsula, na Zona Sul da cidade. O local é um dos principais centros de aplicação do Enem no Rio. Em São Paulo, houve aglomeração de estudantes antes do fechamento dos portões na Unip Vergueiro.

Os fiscais de prova tentaram organizar melhor e pediram para que os candidatos entrassem mais cedo. Vários grupos de amigos permaneceram na frente da universidade à espera do horário limite para a entrada na prova. Havia inclusive funcionários que mediam a temperatura de cada candidato, embora o recurso não esteja previsto nos protocolos sanitários estabelecido pelo Inep.

A medição de temperatura é vista como limitada por especialistas, uma vez que assintomáticos passam despercebidos pelos instrumentos. Além disso, nem todos os medidores estão calibrados de forma adequada ou são administrados da maneira correta.

Na escola estadual Almirante Barroso, no Jabaquara, uma das salas teve sua capacidade máxima atingida sem que todos os estudantes alocados pelo Inep no espaço tivessem chegado. Um vestibulando que não quis se identificar reportou que fiscais precisaram providenciar às pressas uma sala extra para cumprir o distanciamento social.

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"Minha sala está cheia e não dará para cumprir o distanciamento. Estão vendo com a coordenação para abrir uma outra sala. Depois terá a logística de trazer a lista de outras salas para esse espaço extra. Será um pesadelo de logística. Eles não planejaram", relata o candidato.

Em Teresina, no Piauí, mães dos candidatos do Enem no Piauí denunciaram a falta de medição de temperatura dos estudantes, embora o recurso não esteja nos protocolos do Inep, e falta de separação entre as cadeiras nos centros de aplicação das provas.

A empresária Nadja Janara Santos levou o filho Antônio Gleyser Santos, de 20 anos, para a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) para fazer as provas e tentar uma vaga no curso de Medicina. Ela teme que o filho, que sofre de arritmia cardíaca, se infecte.

"Eu fiquei chocada com o fato de na entrada das salas de aulas de aplicação das provas não ter medição da temperatura corporal dos candidatos para saber se estão com febre. Eu estou com medo porque, se meu filho pegar a Covid-19, é muito complicado. Ele já sofre de arritmia cardíaca na entrada das salas de aulas de aplicação das provas disse Janara."

A falta de medição também foi denunciada pelo presidente do Conselho Municipal de Juventude de Salvador. Um conselheiro reportou, ainda, que as cadeiras estão dispostas da mesma forma que nos anos anteriores, enfileiradas.

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