Professores da rede estadual de São Paulo ameaçam entrar em greve para evitar o retorno às aulas presenciais . O sindicato dos docentes, a Apeoesp, defende que o ensino permaneça remoto até que os profissionais sejam vacinados contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). As informações foram dadas pela jornalista Angela Pinho, da Folha de S.Paulo .
Rede estadual
A presidente da Apeoesp , deputada estadual Professora Bebel (PT), diz que reconhece as dificuldades das aulas à distância, mas prioriza a saúde. “É a vida acima de tudo, depois a gente vê o resto”, afirma.
Ela também defende a volta gradual após a imunização e critica a falta de prioridade aos professores. “Nos colocaram na posição de essenciais, mas não querem nos priorizar na vacina”, diz Bebel.
A administração do governador João Doria (PSDB) definiu que as aulas presenciais voltarão no dia 4 de fevereiro e, com objetivo de assegurar o retorno presencial na rede estadual de São Paulo, a Secretaria da Educação decidiu abrir concursos para professores temporários.
Na última terça-feira (5), a Apeoesp anunciou ação judicial contra a seleção e promete greve caso seja mantida a decisão da volta às escolas no dia 4.
O secretário Rossieli Soares afirma que o governo irá recorrer à Justiça em uma situação de greve. Ele defende que o retorno presencial não pode ser adiado , porque há lacunas de aprendizagem e impactos psicológicos para alunos, como depressão e ansiedade.
Rede municipal
No caso do sindicato referente aos professores do município , o Sinpeem defende a volta presencial mediante a vacina contra Covid-19 ou a comprovação da segurança sanitária de cada escola.
O presidente do Sinpeem , Claudio Fonseca, sustenta que a reabertura das escolas só deve ocorrer após o fim da primeira etapa de imunização, que dura até o meio de fevereiro.
Fonseca não diz que os professores da rede municipal entrarão em greve. “Eu tomo cuidado ao falar disso, porque não quero fazer nada que transpareça para a população que professor é contra a educação básica presencial”, afirma.
“Não tem ninguém que defenda mais a educação básica presencial do que o professor. Agora, se expuserem os alunos, as famílias e os profissionais de educação, não temos como voltar”, complementa o presidente do Sinpeem.
A gestão do prefeito de São Paulo , Bruno Covas (PSDB), ainda não definiu se o retorno será presencial ou à distância. A Secretaria Municipal de Educação declarou que a autorização para volta presencial depende da área de saúde do município.