Com os números da Covid-19 dando sinais de que a curva da doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) está em queda, pensar em um retorno seguro às aulas presenciais nas escolas parece começar a ser possível.
De acordo com levantamento do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), o Brasil tinha até esta segunda-feira (14) 132.06 óbitos registrados desde o início da pandemia, sendo que 381 mortes haviam sido registradas nas últimas 24 horas. Já os casos confirmados somavam 4,3 milhões, com 15.155 no último dia.
Em Manaus as escolas já retomaram as aulas e os resultados têm sido positivos. No Rio de Janeiro, a previsão é que os alunos dos ensinos fundamental e médio voltem às salas de aula no dia 15 de setembro.
Já em São Paulo, o secretário estadual de Educação afirmou que a reabertura das escolas públicas deve ocorrer a partir de 15 de setembro. Por enquanto apenas atividades não-curriculares estão sendo realizadas e as aulas mesmo voltam em outubro, de acordo com a determinação do Plano São Paulo.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, o retorno das estudantes às unidades escolares em locais onde a pandemia ainda não está totalmente controlada pode resultar no aumento da transmissão do novo coronavírus.
"A não ser que tenhamos um controle sobre o vírus e estivermos suprimindo a transmissão, reabrir as escolas num contexto de ampla transmissão vai, provavelmente, fazer o problema piorar", alertou Mike Ryan, chefe de Operações da OMS, em agosto. Este foi o mês em que as discussões sobre retomada das aulas presenciais começaram a ganhar corpo no Brasil.
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Para orientar pais ou responsáveis, no fim de agosto, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) publicou um artigo com algumas recomendações quanto a reabertura das escolas e dando dicas sobre segurança para evitar contaminações.
Segundo o órgão, as decisões sobre medidas de controle em escolas devem ser consistentes com decisões sobre outros distanciamentos físicos e medidas de resposta de saúde pública na sociedade.
As escolas, por exemplo, devem planejar com antecedência as ações adicionais para ajudar a garantir que alunos, professores e outros funcionários para que eles tenham um retorno seguro. Isso faz com que a comunidade se sinta confiante em mandar seus alunos de volta à escola.
No cenário atual, é possível que as escolas reabram por períodos de tempo mais curtos e, dependendo do contexto local e aumento da transmissão, voltem a fechar. Portanto, as autoridades precisarão ser flexíveis para ajudar a manter todas as crianças em segurança e ter um plano rápido de mudança caso regras tenham que ser alteradas.
Quais devem ser as precauções das escolas?
A reabertura de escolas deve estar alinhada com as políticas públicas de enfrentamento do novo coronavírus. Algumas das medidas práticas que as escolas podem tomar são:
- Criar alternativas para o início e no encerramento do dia escolar;
- Mover aulas para ambientes arejados ou ao ar livre;
- Criar turnos para reduzir o tamanho das turmas; Incluir ou aumentar a rotina escolar hábitos de higiene, como lavagens de mãos, etiqueta respiratória (ou seja, tossir e espirrar no cotovelo), medidas de distanciamento físico, procedimentos de limpeza para instalações e práticas seguras de preparação de alimentos;
- Treinar equipe administrativa e professores sobre distanciamento físico e práticas de higiene escolar.
Quanto às perguntas que podem ser feitas pelos pais às escolas estão:
- Que medidas a escola tomou para ajudar a garantir a segurança dos alunos?
- Como a escola vai apoiar a saúde mental dos alunos e combater qualquer estigma contra as pessoas que estiveram doentes?
- Como uma escola encaminhará as crianças que podem precisar de suporte especializado?
- As políticas de proteção da escola mudarão quando as escolas começarem a reabrir?
- Como posso apoiar os esforços de segurança da escola, inclusive por meio de comitês de pais e professores ou outras redes?