O ministro da Educação, Abraham Weintraub , reafirmou que as datas do Enem não serão alteradas por conta do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Ele argumentou que o exame é uma competição e, por isso, ficou mais difícil para todo mundo.
"Isso que tem que paralisar tudo é bobagem. O Brasil não pode parar, não vai parar", afirmou. "Todo ano querem acabar com o Enem. Só que a argumentação deles é equivocada. Está difícil para todo mundo. É uma competição. Vamos selecionar as pessoas mais preparadas para serem os médicos, os administradores, os contadores."
Na avaliação do ministro, "aula à distância é aula normal, é aula dada". Ele ainda afirmou que a decisão da quarentena foi "precipitada, de responsabilidade de governadores e prefeitos".
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"E o que eu quero é que, daqui dez anos, quando vier uma outra epidemia mundial lá da Ásia, a gente tenha os melhores médicos. Interromper o Enem e deixar só para 2021 seria matar uma geração", afirmou o ministro na live. "E quem não tem internet (para ter aulas)? No passado, há dois, três anos, quem não tinha internet também tinha essa dificuldade. Até porque a inscrição também é pela internet."
Mais da metade do ensino médio brasileiro terá aulas à distância por conta do novo coronavírus. Um levantamento com todas as redes estaduais de educação mostra que 15 delas decidiram realizar a reposição com algum método não presencial. Juntas, elas somam 4,2 milhões de alunos somente no ensino médio – o que corresponde a 57% dos cerca de 7,4 milhões de estudantes (incluindo as escolas privadas) nessa etapa.
O Enem impresso está marcado para os dias 1 e 8 de novembro. Já a versão digital está, inicialmente, marcado para 11 e 18 de outubro. Weintraub, no entanto, afirmou que quer também passar para novembro, nos dias 21 e 29.
"Só faz o digital quem quiser, só voluntários. São 100 mil vagas. Ditatorial só alguns governos estaduais. O governo Bolsonaro é democrático", alegou.
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Pelas redes sociais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que manterá o Enem 2020 porque "a vida não pode parar".
"Estude pelos livros ou pela internet, converse com seus professores e foque no seu projeto de vida, no seu futuro".
Ele disse ainda, pelas redes sociais, que o governo está atentos para qualquer necessidade de alteração.
Na live, o ministro afirmou ainda que já criou a proposta de homeschooling e enviou à presidência. "Isso deve ser apresentado na semana que vem."
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Na transmissão, ele também mandou um abraço para "o Duda e o Carluxo" — o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, filhos do presidente.
Métodos de ensino
Colégios privados – que concentram 17% dos alunos no ensino fundamental brasileiro e 12% do médio – estão encontrando alternativas para repor as aulas. As estratégias são tão diversas quanto os desafios. Há desde classes ao vivo até plataformas que permitem a interação entre os estudantes.
Na rede pública, os meios adotados variam entre os estados, mas há o predomínio do uso de ferramentas on-line. São Paulo, por exemplo, estreará hoje seu sistema. A rede usará um aplicativo de aulas à distância e também transmitirá conteúdos pela TV Cultura. Já o Rio, assim como outros estados, usará ferramentas do Google Classroom. Na plataforma, o aluno entra em sua turma virtual para ter acesso às lições. Já no Maranhão, além da TV, também haverá sessões diárias de ensino pelo rádio.