Em 2019, o governo Jair Bolsonaro promoveu um corte nas bolsas de pós-graduação financiadas pelo Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão vinculado ao MEC (Ministério da Educação)
. Esses cortes tiveram mais impacto na região Nordeste.
Ao todo, foram canceladas 7.590 bolsas para financiar pesquisas. 84,6 mil alunos são contemplados pelo Capes . As informações foram apuradas pelo jornal Folha de S.Paulo , que obteve o detalhamento de todas as bolsas via LAI (Lei de acesso à informação).
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As informações obtida apontam que, em números absolutos, a região Sudeste foi a mais afetada, com 2882 bolsas canceladas. USP teve 420 benefícios suspensos. Como a maioria dos órgãos de pesquisa e o maior número de bolsas estão no Sudeste, o impacto foi menor na região, onde os cancelamentos representaram 6% do total.
Já no Nordeste cerca de 12% das bolsas foram canceladas, representando a suspensão do benefício para 2063 alunos. A região Nordeste possui um sistema menor de pós-graduação, que foi criado recentemente.
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O Nordeste ficou acima da média nacional de 8% de cancelamentos. O MEC utilizou dois critérios para suspender as bolsas: ociosidade - mesmo não havendo bolsas ociosas - e qualidade, com base nas avaliações realizadas pelo Capes.
Segundo informação do Capes dada à Folha de S.Paulo, não é utilizado o termo corte porque a medida do governo não interrompe o pagamento dos bolsistas - que recebem R$ 1.500,00 no mestrado e R$ 2.200,00 no doutorado -, mas afeta os novos bolsistas.O Capes não informou o critério para que houvesse cortes mais intensos em regiões que exigem mais investimento em pesquisa e desenvolvimento, como o Nordeste.