O ministro da Educação, Abraham Weintraub, determinou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) verificasse se estava correta a nota da prova do Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) de uma candidata após receber pedido do pai dela pelo Twitter.
Leia também: AGU recorre de decisão que impediu divulgação de resultados do Sisu
No sábado, um homem chamado Carlos Santanna postou na rede social uma reclamação, marcando o perfil de Weintraub: “Ministro, minha filha tem certeza que a prova do Enem dela não teve a correção adequada e que ela foi prejudicada. E agora? A inês é morta? O Sisu [Sistema de Seleção Unificada] termina amanhã”, escreveu. No post, o seguidor também anotou o número de inscrição da filha do Enem.
Em seguida, Weintraub respondeu ao apoiador, via Twitter, com uma imagem supostamente de seu celular, com uma mensagem de Whatsapp trocada com um interlocutor identificado como Alê. “Alê, tem como verificar”, escreveu o ministro. A resposta foi: “Ministro, a participante teve a prova corrigida corretamente. Tudo confere. Fez a prova em Ribeirão Preto/SP. Conferido com a aplicadora. Não houve erro de associação no caso dela.” O nome do presidente do Inep é Alexandre Lopes.
Neste domingo, Weintraub continuou prestando atendimento individual no Twitter. Uma pessoa identificada como Bia escreveu a ele: “Senhor ministro, temo que minha nota do Enem tenha sido prejudicada”, escreveu, explicando que não entendia por que a nota dela de matemática foi 699 com 28 acertos, “quando a grande maioria das pessoas com mais de 20 acertos chegaram em 700 no mínimo”.
Também pelo Twitter, o ministro explicou, então, como funciona a correção da prova: “Cara Bia, o sistema de pontuação 'desconta' nota quando há respostas difíceis corretas concatenadas a respostas fáceis erradas. Isso é feito para 'corrigir' a nota de pessoas que acertaram por sorte (chute). Abraço”, anotou.
Leia também: Na Índia, Bolsonaro minimizou erros ocorridos no Enem: 'Sempre há'
Falhas na correção do Enem deste ano levaram a Justiça Federal de São Paulo a suspender a etapa de seleção do Sisu. O período original de inscrição estava previsto para este domingo. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu dessa decisão, alegando que causava graves prejuízos à política pública de ensino superior. A decisão foi tomada com base no pedido da Defensoria Pública da União, diante de erros no cálculo da nota do Enem de cerca de 6.000 candidatos.