A aluna Ana Guinodi, de 25 anos, que estuda Ciências Ambientais na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), precisou voltar para casa com a filha de dois anos após ter uma aula cancelada. O professor decidiu parar a aula por ter se incomodado com o choro da criança.
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A jovem conta que saiu da sala durante uma explicação para pedir à menina que fizesse silêncio e, quando voltou, foi avisada sobre a decisão do professor . Ao questionar o motivo aos colegas de classe, eles informaram que o docente estava incomodado com a criança. Ana afirma que notou o professor a encarando ao deixar a sala para atender à menina. "Eu respondi que tenho uma filha e preciso estudar", contou.
Rebecca Moura, de 22 anos, aluna do 8º período de Ciências Ambientais da Unirio, foi à coordenação relatar o ocorrido e, segundo ela, o professor também foi ao local reclamar sobre Ana. "Ele chegou lá falando alto. Disse que estava impossível dar aula porque tinha uma criança de dois anos chorando. Falou ainda que tinha uma aluna abusada e reclamou da resposta dela quando disse que era mãe e tinha que estudar", conta. A estudante diz que o professor cancelou a aula para evitar discutir com a mãe da bebê.
A jovem entrou na faculdade no primeiro semestre de 2015 e está no 6º período. Segundo ela, nunca houve objeções sobre a presença da filha em sala de aula. "Essa foi a primeira vez que tive problemas com um professor por levar a minha filha. Os outros sempre nos receberam muito bem", explica.
A aluna intercala sua semana entre o Grajaú, na Zona Norte, onde o pai da menina vive, Santíssimo, na Zona Oeste, onde mora sua família, e Botafogo, na Zona Sul, para assistir às aulas. Ela conta que a rotina é pesada e que às vezes precisa levar a menina para a aula. "Não tinha com quem deixá-la e faltar a aula na faculdade não era uma opção", disse.
Por conta do ocorrido, a jovem decidiu abandonar a disciplina e substituir por outra matéria. "Nesse dia voltei para casa aos prantos. Liguei para a direção do Instituto de Biociências e falei com o diretor. Eu estava na rua, com minha filha no colo, visivelmente abalada. No dia seguinte fui à faculdade, mas não assisti às duas aulas que estavam programadas. Eu não tinha ânimo para estudar", desabafou ao DIA.
Com medo de represálias dentro da universidade
, Ana preferiu não revelar o nome do docente pois, segundo ela, o professor tem grande influência dentro da instituição.
A Unirio informou que o coordenador do curso foi informado verbalmente pela aluna sobre o caso e que foi orientada que, para que fosse feita a apuração, deveria realizar uma denúncia formal, por escrito. No entanto, a universitária não realizou o procedimento.
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A Universidade destacou que apenas foi informada sobre o ocorrido pela estudante, sem acionamento por parte do professor. A instituição também esclareceu que desconhece a existência de qualquer restrição ao acesso de alunas e seus filhos às dependências da unidade.