Mudar de país, aprender uma nova cultura, conhecer novos amigos, novos caminhos. Todas essas mudanças, em um primeiro momento, podem parecer assustadoras, ainda mais para uma jovem de 16 anos que vai precisar "recomeçar" sua vida. A história de Victória Ambar se confunde com a de milhares de brasileiros que estudam e moram fora do Brasil, e outros tantos que desejam seguir seus passos.
Leia também: Mais de 60% das vagas do ProUni ainda não foram preenchidas
"O começo foi tudo muito complicado. Deixar tudo para trás e entrar no desconhecido me deu um pouco de medo. Pra mim, o importante nesse processo foi acreditar que tudo iria dar certo, isso me fez superar esse receio", conta Victória Ambar
.
Leia também: Fuvest abre hoje as inscrições para o vestibular 2019; taxa é de R$ 170
A estudante mudou para Madri, Espanha
, com a mãe, padrasto e dois irmãos em 2016. A jovem tinha apenas 14 anos e conviveu com os dramas da adaptação. "Deixei a minha escola aqui no Brasil no meio do ano, mas lá as aulas começavam em setembro. Fui para um ensino onde falavam tudo em inglês, tive que me adaptar. Além disso tive que refazer amizades. Eu sofri um pouco também com as matérias, eles ensinam coisas voltadas para o mundo todo e aqui no Brasil o foco é mais local", conta a jovem.
Porém, Victória diz que todo esse processo valeu a pena. "Eu sou muito ligada com temas que envolvem a criatividade, e na Espanha nós podemos escolher as matérias e cursos que vamos fazer para conseguir aproximação da nossa escolha para faculdade. Optei por curso de mídias, design, arte e publicidade que são coisas que eu gosto. Depois de estudar tudo isso, estarei mais preparada para fazer faculdade em um área que já vou ter mais conhecimento", comemora a jovem.
A jovem ressalta que não foi só no ensino que as coisas melhoraram, a experiência de vida também foi intensa. "Estou conhecendo várias culturas. Depois que me mudei, já visitei sete países diferentes. Tudo é muito perto, viajei de trem, avião e carro. Existe muita segurança por aqui, então eu viajo com amigos e conhecemos outras cidades e no final do dia já estamos em casa", conta.
Leia também: Ser deputado federal é dez vezes 'mais fácil' que passar em Medicina na USP
A segurança é outro ponto forte da vida fora do Brasil . A jovem diz que além de viajar com os amigos, ela caminha pela cidade durante a noite sem a menor preocupação. Já no Brasil a situação era bem diferente.
Mas Victória revela que no começo sofreu um tipo de preconceito por ser brasileira. "As pessoas perguntavam coisas estranhas que eu não imaginaria que alguém pudesse me questionar. Se existe internet, se eu moro com bichos ou em algum tipo de floresta. Elas percebiam que eu era de fora e já vinha com perguntas desse tipo, coisas meio loucas", conta a jovem.
Apesar das diferenças, da distância das antigas amizades e da parte da família que ficou no Brasil, Victória Ambar pensa em aproveitar ao máximo a experiência e projeta um futuro longe do Brasil. "Vou continuar aqui por um tempo, estudar, trabalhar e talvez morar em outros países. Não é a hora de voltar", finaliza a jovem.