A inadimplência no ensino superior privado em 2016 registrou a maior alta desde 2010. No ano passado, 9% das mensalidades das faculdades foram pagas com atrasos de mais de 90 dias no País. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (22) pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), em 2010, a inadimplência chegou a 9,6%.
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Em 2015, o índice de descumprimento do setor foi de 8,8%. Segundo o diretor executivo da Semesp, Rodrigo Capelato, uma das explicações para a alta no atraso do pagamento das mensalidades das faculdades é a crise econômica e política que o País enfrenta. “Ás vezes, é a família que banca a mensalidade, e aí se um membro da família perde o emprego, diminui a renda e começa a apertar para pagar a mensalidade”, explica.
Outro fator apontado como causa para o aumento da inadimplência é a redução do número de novos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). De acordo com a Semesp, entre 2014 e 2016, a quantidade de estudantes que ingressaram no ensino superior com o Fies caiu de 730 mil para 200 mil. “Isso significa que entrou muito menos gente com financiamento e tendo que arcar com, pelo menos, uma parte da mensalidade”, afirma Capelato.
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A pesquisa também apontou que as instituições de pequeno porte (com até dois mil alunos) são as que menos sofreram com os boletos atrasados em até 30 dias, mas foram as que registraram maior crescimento na taxa de inadimplência em mensalidades com mais de 90 dias de atraso. Já as instituições de médio porte (de dois mil a sete mil alunos) apresentaram as menores taxas para atrasos acima de 90 dias desde o início da pesquisa, em 2006.
A Região Metropolitana de São Paulo, que concentra mais da metade das matrículas do Estado de São Paulo, registrou aumento de 15,8% na inadimplência acima de 90 dias, subindo de 4,5% em 2015 para 5,2% em 2016, abaixo do índice do Interior do estado, que saiu de 11,3% em 2015 e chegou a 11,1% em 2016 e do próprio Estado, que registrou crescimento de 2,8% de 2015 a 2016.
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Atrasos continuam
As projeções do Semesp apontam que, em 2017, a inadimplência deverá ficar em torno de 9,2%. Para Capelato, esse quadro só deverá se reverter a partir do segundo semestre do ano que vem, por conta de uma possível recuperação da economia e também pela iniciativa de algumas faculdades de oferecer parcelamento das mensalidades.
* Com informações da Agência Brasil