O tempo que falta para a eleição 2018 no Brasil foi suficiente, na França, para surgir um líder, fundar um partido, ganhar a eleição para presidente e a maioria no Parlamento, ficando em posição privilegiada para mudar a fisionomia de seu país para melhor, assim como liderar a União Europeia junto com a Alemanha.
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Enquanto isso, Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, só fez besteira, a partir de uma eleição que ela convocou para ganhar poder, mas acabou falando sozinha. Já pensou se ocorresse no Brasil um furacão político na eleição 2018 como o que surgiu na França? Dá tempo.
Emmanuel Macron surgiu por lá como uma novidade, um nome com jeito de ser viável, com menos de 40 anos, casado com uma mulher experiente, 25 anos mais velha, de certa forma equilibrando o exagero de sua juventude.
Seu partido, fundado há apenas 14 meses, o República em Marcha, nem de direita, nem de esquerda, mostrou que os eleitores não estão nem aí para ideologias.
O que o povo almeja, cá como lá, é um governo que trabalhe para a população, pensando nas suas necessidades e em como atendê-las, e não como acontece no Brasil atual, onde as energias e o cérebro dos políticos têm como missão manter-se no poder.
“Ele só pensa nisso” é o refrão humorístico que nos vem à cabeça quando se acompanha a batalha diuturna de um equilibrista como o presidente da República agarrado com unhas, dentes e verbas, à mesa de seu gabinete, no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Pois o candidato francês precisou de apenas 14 meses para vencer o fortíssimo partido socialista e a adversária perigosa e radical de extrema-direita, Marine Le Pen.
Eleito presidente, escolheu candidatos para o Parlamento que não tinham antecedentes políticos, eliminando as figuras emboloradas e viciadas da política francesa. O resultado é que conseguiu eleger 355 candidatos de seu partido, de um total de 577.
Que tal se isso acontecesse por aqui? Quem seria nosso líder jovem, mas experiente como Macron, que foi ministro da Fazenda do governo anterior, com a firme intenção de dedetizar o Congresso, lançando candidatos sem passado político, mas com vontade de cumprir direito a sua obrigação para com o país?
Roberto Muylaert é editor e jornalista